Explicador: Os Certificados de Aforro ainda são um bom investimento?

Os Certificados de Aforro têm enfrentado um cenário desafiador nos últimos meses, com os resgates a superarem as novas subscrições. A taxa base permanece em 2,5%, mas o interesse dos portugueses tem diminuído significativamente.

A série F dos Certificados de Aforro, lançada em junho de 2023, tem apresentado um desempenho aquém do esperado. Desde novembro, os resgates têm superado as novas subscrições, resultando numa diminuição contínua do montante aplicado. Em junho do ano passado, a série E oferecia uma taxa-base bruta de 3,5%, atraindo mais investidores devido à subida da Euribor e colocando pressão sobre os bancos para aumentar as suas taxas.

Contudo, após pressões do setor bancário, o Governo introduziu a série F, menos atrativa, que resultou na queda das subscrições. Atualmente, a taxa base de 2,5% bruta proporciona um rendimento líquido de 2% ao ano, abaixo da inflação estimada pelo Banco de Portugal para este ano, que é de 2,4%.

Para aqueles que possuem séries antigas dos Certificados de Aforro, a recomendação é manter os investimentos. Estas séries oferecem rendimentos superiores aos dos melhores depósitos a prazo disponíveis atualmente. Por exemplo, a série A e parte da série B oferecem 4,2% líquidos, enquanto a série C proporciona 6,1% brutos.

Os Certificados do Tesouro Poupança Valor, lançados em setembro de 2021, também têm visto uma queda significativa nas aplicações. Com taxas fixas anuais entre 0,5% e 1,2% líquidas, estes produtos têm perdido atratividade em comparação com outras opções de investimento. Em abril, os montantes aplicados nos Certificados do Tesouro totalizavam 10,5 mil milhões de euros, uma queda acentuada desde os 17,8 mil milhões de euros em setembro de 2021.

Em abril, a DECO PROteste apresentou uma lista de 10 medidas para incentivar a poupança em Portugal. A organização defende que os produtos de aforro do Estado deveriam oferecer rendimentos mais atrativos, de acordo com o risco e a liquidez de cada um. A DECO PROteste argumenta que os Certificados de Aforro, por serem mais líquidos, deveriam render menos do que os Certificados do Tesouro Poupança Valor.

Além disso, a DECO PROteste acredita que os produtos de aforro do Estado podem desempenhar um papel crucial nos comportamentos de poupança das famílias e atuar como concorrência, incentivando os bancos a oferecerem produtos mais competitivos aos consumidores.

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