Explicador: Depois de 15 anos de taxas de juro baixas, o que esperar da “nova ordem monetária”?

O setor financeiro europeu está a passar por uma profunda transformação, já que a transição de políticas monetárias expansionistas para um ambiente de taxas de juro mais elevadas marca o fim de quase 15 anos de taxas baixas, conhecida como “Low for Long”.

De acordo com o relatório de 2024 da Oliver Wyman, intitulado “The State of Financial Services. The New Monetary Order: European Perspectives”, os bancos, seguradoras, empresas de capital de risco e sociedades não financeiras precisam adaptar-se rapidamente a esta nova realidade para garantir a sua competitividade.

A nova ordem monetária, caracterizada pelo aumento das taxas de juro desde 2022, traz desafios significativos, como o aumento do custo do crédito, que reduz a procura e o investimento, travando, assim, a atividade económica.

Os bancos europeus, que inicialmente beneficiaram de margens de juro líquidas mais elevadas, enfrentam agora um futuro incerto, devido ao aumento contínuo dos custos de financiamento e à desvalorização dos ativos adquiridos em tempos de taxas baixas. Este cenário é agravado pela baixa previsão de crescimento do PIB na Zona Euro e pelas incertezas em torno das taxas de juro.

As seguradoras vislumbram oportunidades de melhoria na rentabilidade a longo prazo, mas enfrentam desafios relacionados com a diminuição dos fluxos de entrada e o risco de liquidez. As que oferecem produtos de investimento, como seguros de vida com componente de poupança, podem encontrar melhores oportunidades neste novo contexto, desde que ajustem as suas carteiras de investimento.

Por sua vez, o setor de capital privado, que teve um crescimento significativo durante os anos de taxas baixas, encontra-se agora perante um ambiente mais difícil para aquisições, devido ao custo elevado da dívida. Apesar dos desafios, o setor mantém capital disponível para investimento e uma maior previsibilidade nas taxas de juro.

As empresas não financeiras também foram severamente impactadas pela inflação e pelo aumento das taxas de juro, o que afetou as suas perspetivas de crescimento. A capacidade de inovar e adaptar estratégias será crucial para a sua sobrevivência nesta nova ordem monetária.

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