Explicador: Afinal, quando vão baixar as taxas de juro?

Depois de um ano marcado por uma subida fulminante das taxas de juro, que deixou os clientes bancários, nomeadamente os que contraíram créditos à habitação, a fazer contas à vida, os mercados estão já a antecipar descidas. Mas, para quando?

Alicia Esteban, co-gestora do fundo Santander Renta Fija, lembra que “começamos a semana a assimilar os fortes dados de emprego dos EUA que, juntamente com dados de confiança como o ISM para serviços, surpreende positivamente e demonstra a força da economia americana”, disse ao ‘El Confidencial’.

O presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, insistiu na ideia de que será “improvável um primeiro corte nas taxas na próxima reunião de março”, visto que “possíveis cortes nas taxas de juro devem ser abordados com cuidado”, indicando ainda que estes devem ocorrer em meados do ano.

Já do outro lado do Atlântico, na Europa, Isabel Schnabel, membro do comité executivo do Banco Central Europeu (BCE), apelou à cautela contra um corte prematuro das taxas de juro, alertando que a última fase da luta contra a inflação é a mais difícil.

A co-gestora do fundo Santander Renta Fija explica que o mercado obrigacionista respondeu com fortes aumentos nos rendimentos da dívida pública, aproximando-nos dos máximos anuais em ambos os lados do Atlântico, e atrasando assim o primeiro corte das taxas da Fed desde março, pelo menos até maio.

Já os governos da Zona Euro emitiram, no mês de janeiro, um montante recorde de 173 mil milhões euros. Para fevereiro, “estes volumes deverão diminuir, embora os emitentes continuem a tirar partido da forte procura dos investidores”.

Dados em mil milhões de euros

David Brito, Diretor-Geral da Ebury, tinha também referido recentemente à Executive Digest que “os responsáveis do BCE têm continuado a contrariar as expectativas do mercado de cortes agressivos e precoces nas taxas, sugerindo que a inflação não está a ser batida e que os cortes nas taxas terão de esperar até ao verão”.

Recorde-se que o O Banco Central Europeu (BCE) manteve o pé no travão e, pela terceira vez desde julho de 2022, o executivo liderado por Christine Lagarde decidiu na sua reunião de política monetária de janeiro não aumentar as taxas de juro de referência para a Zona Euro.

A taxa de juro das operações principais de refinanciamento e as taxas de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez e da facilidade permanente de depósito permanecem assim inalteradas em 4,50%, 4,75% e 4,00%, respetivamente.

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