Exército mais pequeno do mundo recebe hoje 34 novos elementos

Trinta e quatro novos Guardas Suíços vão completar o exército do Vaticano, o mais pequeno do mundo, com 135 elementos, quando fizerem o tradicional juramento ao Papa, esta segunda-feira.

A cerimónia será realizada como manda a tradição no Pátio São Dâmaso do Palácio Apostólico no Vaticano, às 17 horas, no aniversário do saque de Roma, quando 189 guardas suíços defenderam Clemente VII contra o exército de Carlos V. Como representante do Papa, estará presente o substituto para Assuntos Gerais da Secretaria de Estado, dom Peña Parra.

“Vamos voltar aos níveis pré-Covid, é uma lufada de oxigénio que nos permitirá enfrentar o Jubileu de uma forma mais confortável”, disse o cabo Eliah Cinotti, porta-voz da força de segurança pessoal do Papa Francisco.

Na passada terça-feira, enquanto ensaiavam para o juramento de hoje, os guardas usaram os tradicionais e icónicos uniformes medievais completos com armadura, mas trabalham mais frequentemente em trajes civis e estão familiarizados com uma arma de fogo, um ‘taser’ ou uma espingarda de assalto.

Todos os meses os guardas são submetidos a rigorosos treinos de revisão e atualização.

Esta segunda-feira, os 34 recrutas, levantando três dedos para evocar a Santíssima Trindade, vão jurar lealdade ao Papa – e também ao colégio cardinalício, para a eventualidade de vacatura da chefia da Igreja Católica.

Com o característico uniforme azul e laranja ao estilo renascentista, os Guardas Suíços prestam tradicionalmente o juramento de lealdade a 6 de maio, para recordar a morte de 147 antecessores durante o saque de Roma pelo imperador Carlos V, em 1527. Apenas 42 guardas sobreviveram ao ataque e garantiram que o Papa Clemente VII (Giulio de Médici) escapasse à captura.

Fundada em 1506 pelo Papa Júlio II, a unidade de elite é recrutada num grupo de cidades e aldeias suíças que, durante séculos, forneceram ao Vaticano guardas com a responsabilidade de garantir a segurança do Papa e do Palácio Apostólico.

Durante a Idade Média e o Renascimento, os suíços tinham a reputação de serem os mercenários mais fiáveis da Europa – combatentes fortes, que quase nunca mudavam de lado.

Os requisitos para o recrutamento são rigorosos: os candidatos têm de ser homens, solteiros, ter pelo menos 1,74 metros, ser católicos praticantes, ter cumprido o serviço militar obrigatório na Suíça e ter “um caráter inflexível”. Os Guardas Suíços alistam-se por um período mínimo de dois anos.

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