Excesso de turismo? Itália tem a solução
Antes da pandemia, a cidade italiana de Florença lutava contra o turismo excessivo, principalmente a Galeria Uffizi, um dos museus mais populares do mundo. Agora o diretor da galeria tem uma nova estratégia para evitar que a situação se repita.
Já chegaram a passar 12.000 visitantes por dia neste museu, criando longas filas de espera para ver alguns dos quadros renascentistas mais famosos, como a Vénus de Botticelli, e a Sagrada Família de Michelangelo.
Perante o elevado número de turistas, as autoridades de Florença tiveram de instituir uma ‘campanha de bom comportamento’, chamada “Enjoy Respect Florence”, com multas até 500 euros para aqueles que eram apanhados a fazer piqueniques no exterior, ou a grafitar monumentos.
Antes que as viagens internacionais sejam retomadas, e para combater o turismo excessivo, o diretor da Galeria Uffizi quer ter a certeza de que as coisas não voltarão a ser como eram antes, desviando os visitantes da própria Florença.
Neste projeto levado a cabo pela galeria, as obras de arte serão expostas em toda a área circundante da Toscana, transformando a região mais famosa de Itália num “grande museu “disperso”. A ideia passa por imaginar um “hotel disperso” em Itália, no qual os “quartos” individuais estão localizados em diferentes casas de uma aldeia.
O diretor da Uffizi, Eike Schmidt, disse à CNN Travel que a ideia lhe tinha chegado durante o confinamento, no ano passado. O objetivo é criar um “tipo diferente de turismo”. “A arte não pode sobreviver apenas em grandes galerias”, explicou. “Precisamos de múltiplos espaços de exposição em toda a região – especialmente nos locais onde a própria arte nasceu”, acrescentou.
Schmidt está a pensar criar, “pelo menos 60, talvez até 100 espaços de exposição” em toda a Toscana. Desde que o projeto foi anunciado, outras cidades italianas estão ansiosas por fazer parte dele e estão, por isso, a oferecer espaços para receberem as obras de arte.
E não são apenas os locais de exposição que recebem uma nova vida. O projeto é também “uma oportunidade para algumas obras serem restauradas”, contou ainda o diretor da galeria.