Excesso de mortalidade em Portugal leva a corrida às vacinas contra a gripe e Covid-19 nas farmácias
O “excesso muito elevado de mortalidade” em Portugal levou a uma corrida à vacinação contra a gripe e a Covid-19 nas farmácias: o nosso país, segundo indicou esta terça-feira o ‘Diário de Notícias’, registou na primeira semana de 2024 um número superior a 500 óbitos diários, valor que baixou ontem para 403 mortes em excesso nos últimos sete dias. O excesso de mortalidade fez soar os alarmes, com as autoridades de saúde a apelar à vacinação devido ao quadro de cobertura nacional muito aquém do esperado – segundo os dados oficiais, situava-se em 63 e 53%, respetivamente, nas faixas etárias acima dos 60 anos.
Segundo Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias, o apelo motivou “um aumento da procura destas vacinas entre a população com mais de 60 anos – sobretudo entre os 60 e 65 anos -, que são ainda as que estão menos sensibilizadas”. “Neste momento, já temos farmácias a pedir vacinas adicionais para fazer face ao aumento de pedidos”, apontou a responsável.
A DGS – Direção Geral da Saúde – confirmou ao jornal diário a ‘corrida’: “As farmácias comunitárias aderentes e as unidades de saúde do Serviço Nacional de Saúde indicam um aumento na procura pela vacinação contra a gripe e contra a Covid-19”, o que permitiu “um aumento do número de vacinas administradas nos grupos elegíveis”. Recorde-se que a DGS alargou a vacinação contra a gripe até aos 50 anos e contra a Covid-19 a partir dos 18 anos.
“Perante o anúncio do alargamento das idades para a vacinação, as farmácias registaram, no fim de semana, bastante procura de vacinas”, frisou Ema Paulino, salientando que “as farmácias estão preparadas para responder, porque há vacinas disponíveis e basta que as solicitem aos fornecedores habituais para que estas sejam repostas entre 24 a 48 horas”.
Atualmente, a vacina da gripe é dada na hora, mas a da Covid-19 só por marcação. De acordo com os responsáveis, tal se deve ao facto de “uma vacina da Covid-19 dá para seis doses e temos de ter as seis pessoas marcadas para não desperdiçar nenhuma”.
“Sabemos que as faixas acima dos 60 anos são aquelas que têm maior risco de complicações, mas sabendo-se que o vírus da gripe em circulação também estava a afetar as faixas etárias mais jovens, e havendo vacinas disponíveis, considero que foi importante o alargamento às faixas etárias até aos 50 anos”, indicou Ema Paulino.