Ex-presidente da Mongólia ‘goza’ com Putin e lembra o quão grande era o império mongol e como pequena era a Rússia
Fazer pouco de Vladimir Putin é algo desaconselhável nesta altura de tensão militar, sobretudo desde a invasão da Ucrânia pelas tropas russas. Apesar do clima geopolítico inflamado, um antigo presidente da Mongólia ‘gozou’ com o presidente russo, assim como do seu foco para tentar justificar a sua invasão.
O antigo responsável político utilizou os argumentos de Putin – que tem usado frequentemente as fronteiras históricas para justificar a ação militar, realçando que a Rússia tem direito sobre a Ucrânia, pese embora ser um país independente.
Na sua entrevista com Tucker Carlson, Putin descreveu séculos de história russa e europeia para justificar a sua invasão. Oportunidade para Tsakhia Elbegdorj, antigo presidente da Mongólia entre 2009 e 2017, assim como primeiro-ministro do país, utilizar a rede social ‘X’ para uma lição de história ao presidente russo – na sua publicação constavam dois mapas que mostravam o tamanho do Império Mongol e o facto de que, em determinada época, controlava partes do que é hoje a Rússia.
“Depois da palestra de Putin. Encontrei o mapa histórico da Mongólia. Não se preocupe. Somos uma nação pacífica e livre”, escreveu Elbegdorj.
After Putin’s talk. I found Mongolian historic map. Don’t worry. We are a peaceful and free nation🌏 pic.twitter.com/w5c2Hr0cQK
— Mongol Tsakhia ELBEGDORJ (@elbegdorj) February 11, 2024
Os mapas que partilhou também mostraram quão pequena era a Rússia no século XV.
Recorde-se que o Império Mongol já foi o maior do mundo. O seu território cobria grande parte da Eurásia e incluía a China moderna e grande parte da Rússia, bem como a Ucrânia. Hoje, a Mongólia, localizada entre a China e a Rússia, é um país menor, mas ainda é uma das maiores nações do mundo em termos de extensão territorial total.
O atual Governo da Mongólia não apoiou a invasão da Ucrânia pela Rússia, embora também não a tenha condenado abertamente. Mas Elbegdorj não tem escondido o seu apoio à Ucrânia. Em fevereiro de 2023, escreveu “que as democracias do mundo deviam unir-se com ainda maior determinação para declarar que a liberdade é inegociável e para dar à Ucrânia as armas de que precisa para vencer”.
“Sei que Putin não tolera a liberdade”, acrescentou. “Sentei-me com ele em muitas ocasiões. Ele despreza as diferenças e a competição. Ele teme uma Ucrânia livre. Como um profundo narcisista, ele não poderia se dar ao luxo de ver vizinhos mais prósperos e bem-sucedidos”, finalizou.