Ex-ministro do Ambiente adia reunião sobre seca para não prejudicar PS nas eleições legislativas, indica MP

O ex-ministro do Ambiente, Matos Fernandes, só convocou a comissão permanente da seca – para determinar a interdição da produção de hidroeletricidade em cinco barragens e à interdição de água para rega – dois dias depois das eleições legislativas de 2022 para não prejudicar o resultado do PS nas eleições.

De acordo com a ‘CNN Portugal’, a informação está no despacho do Ministério Público, baseado nas escutas obtidas durante a investigação.

“Indicia-se que o então ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, só convocou a Comissão Permanente da Seca, com vista à interdição da produção de hidroeletricidade nas barragens do Alto Lindoso/Touvedo, Alto Rapagão, Vilar/Tabuaço, Cabril e Castelo de Bode e a cessação da utilização de água para rega, na albufeira de Bravura, no dia 1 de fevereiro de 2022, ou seja, dois dias a seguir às eleições legislativas, e não antes, como era sua obrigação, de modo a não prejudicar o resultado eleitoral do Partido Socialista nessas mesmas eleições”, indicou o despacho do Ministério Público.

De acordo com a investigação, o ex-governante já tinha sido alertado “para o agravamento da seca no país desde pelo menos 17 de janeiro – para o efeito, terá contado com “a colaboração de Rodrigo Costa e João Conceição, presidente e administrador da REN, respetivamente, e José Pimenta Machado, da Agência Portuguesa do Ambiente.