Evergrande remota 63 projetos. Mercado esperançoso com correção positiva

A gigante imobiliária chinesa Evergrande retomou a construção de 63 projetos, informou esta sexta-feira uma subsidiária regional.

Os projetos abrangem 15 locais desde a cidade de Guangzhou até Foshan, Qingyuan, Yangjiang e Zhaoqing, especificou a empresa na rede WeChat.

A empresa vai “acelerar e mitigar dificuldades na próxima fase, para garantir que os projetos sejam entregues a tempo e em conformidade com os padrões de qualidade”, acrescentou a companhia.

O anúncio foi recebido em alta pelo mercado, com as ações do grupo chinês a descolarem 5,30% para os 2,78 dólares de Hong Kong, na bolsa da região.

Esta notícia surge um dia depois de a construtora chinesa ter anunciado a venda da participação na plataforma de transmissão de vídeo Hengten por um valor equivalente a 241 milhões de euros, numa altura em que enfrenta uma grave crise de liquidez.

Em comunicado, enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, o grupo informou que vendeu à Allied Resources Investment Holdings a posição de 18% na Hengten, com um desconto de 24,3%, face ao valor com que as ações encerraram no dia anterior.

A Evergrande garantiu que os recursos captados com a operação “podem ajudar a amenizar os problemas de liquidez” que atravessa. A empresa soma um passivo equivalente a 260 mil milhões de euros, incluindo cerca de 30 mil milhões em dívidas que têm que ser pagas antes do final do primeiro semestre de 2022.

Até à data, o conglomerado não teve grande sucesso nos planos de venda de ativos. A empresa conseguiu apenas transferir a posição de 20% no banco regional Shengjing Bank para um grupo estatal, pelo equivalente a cerca de 1,3 mil milhões de euros.

Outras negociações acabaram por fracassar, como a rescisão da venda de 50,1% da subsidiária de administração de imóveis, a Evergrande Property Services, à Hopson Development.

Nas últimas semanas, a Evergrande esteve, por várias vezes, perto de entrar em incumprimento, mas conseguiu sempre cumprir as obrigações em cima do prazo.

Determinados a limitar a especulação no setor imobiliário, os reguladores restringiram o acesso do crédito às empresas, visando reduzir os níveis de alavancagem.

O imobiliário é o veículo de investimento favorito das famílias chinesas, compondo cerca de 30% do produto interno bruto (PIB) chinês.

Embora alguns cidadãos chineses tenham investido as poupanças em novas casas, muitos outros também compraram apartamentos como investimento nos últimos anos, sem qualquer intenção de residir ou alugar os imóveis.

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