Eurovisão procura voluntários. Têm de falar 3 linguas e pagar todas as despesas do próprio bolso
O anúncio de que a estação televisiva holandesa NPO está à procura de 600 voluntários para o trabalho de bastidores do Festival da Eurovisão 2020, em Roterdão, está a percorrer a Europa e a levantar uma onda de críticas, depois de a organização revelar que não tem intenção de cobrir os custos de deslocação e alojamento.
«Estamos à procura de voluntários para orientar as delegações participantes durante a sua estadia em Roterdão. Devem saber falar inglês, bem como holandês e outra língua estrangeira», escreve a NPO, que exige «disponibilidade a tempo inteiro entre 1 e 18 de Maio de 2020». Logo a seguir, avisa, «as despesas de deslocação e alojamento não estarão cobertas». Mas a lista de requisitos é longa: os candidatos devem ter mais de 20 anos, horários flexíveis, conhecer bem a cidade, incluindo restaurantes e espaços culturais, e dominar os transportes públicos para que possam «supervisionar e apoiar» os participantes no concurso.
Para aqueles 18 dias de trabalho, a NPO não oferece qualquer apoio monetário. Em troca de disponibilidade total, «oferecemos uma experiência de trabalho única para o currículo», a oportunidade de conhecer novas pessoas e estabelecer contactos.
Em resposta, o responsável pela associação de voluntariado NVO, Joost van Alkemade, considera que o reembolso das despesas é «o mínimo», tendo em conta «o nível de compromisso que pedem». E questiona: «Como é que um festival com um orçamento de vários milhões de euros não oferece dinheiro aos seus voluntários ou, pelo menos, um verba para despesas?».
O “El Economista” adianta que a 65ª edição do concurso, nos dias 12, 14 e 16 de Maio de 2020, deverá custar mais de 26,5 milhões de euros. Uma fatia de 9,6 milhões será desembolsada pela União Europeia de Radiodifusão, patrocínios e venda de bilhetes. Já à NPO cabe o pagamento de cerca de 2,5 milhões de euros e outros dois milhões pela estação de rádio e televisão neerlandesa AVROTOS.