Europol e Ministério Público Europeu desmantelam rede de fraude ao IVA que envolvia mais de 400 empresas
Foi desmantelada uma rede internacional de fraude ao IVA após um esforço coordenado da Europol, do Ministério Público Europeu (EPPO) e das autoridades policiais de 16 países. A operação, apelidada de “Admiral 2”, revelou um sofisticado esquema de fraude que envolvia o comércio de produtos eletrónicos populares, que resultou numa perda estimada de IVA de 297 milhões de euros.
A ação, que teve lugar em vários países europeus, levou à detenção de 36 indivíduos e ao arresto de 32 outros. As autoridades apreenderam uma vasta gama de bens roubados, incluindo smartphones e dispositivos eletrónicos no valor superior a 47,5 milhões de euros. Foram também confiscados carros de luxo e 126.965 euros em dinheiro, e congeladas 62 contas bancárias, totalizando mais de 5,5 milhões de euros.
Esta operação baseia-se nas conclusões da anterior Operação Admiral, lançada em 2022, que continua a ser o maior esquema de fraude ao IVA descoberto na União Europeia, com os danos agora estimados em mais de 2,9 mil milhões de euros. O EPPO estabeleceu ligações entre os suspeitos envolvidos em ambas as investigações, revelando que a rede criminosa utilizou métodos e infraestruturas semelhantes para realizar as suas atividades fraudulentas.
A fraude envolvia mais de 400 empresas em 15 Estados-Membros da UE, que funcionavam como fornecedores legítimos de bens eletrónicos. Os criminosos aproveitaram-se das isenções de IVA nas transações transfronteiriças da UE para estabelecer cadeias fraudulentas. Embora os clientes finais pagassem IVA nas suas compras, as empresas não remeteram os fundos às autoridades fiscais, desaparecendo sem cumprir as suas obrigações.
Esta rede criminosa também estava ligada a atividades de branqueamento de capitais envolvendo lucros provenientes de tráfico de drogas, cibercrime e fraudes de investimento. Além disso, as investigações revelaram potenciais ligações a grupos criminosos russos, que injetaram ativos na operação em troca de pagamentos e influência na gestão da fraude.
Foram realizadas mais de 300 buscas em 16 países, com uma presença significativa das forças de segurança na Letónia e na Lituânia, onde foram feitas dezenas de detenções.
Os países envolvidos nesta investigação incluíram Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Chéquia, Estónia, França, Alemanha, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Polónia, Países Baixos, Eslováquia e Espanha.