Europeias: Candidato dos Socialistas Europeus promete recusar acordos com extrema-direita

O cabeça de lista dos Socialistas Europeus à Comissão Europeia prometeu manter a recusa a acordos pós-eleitorais com a extrema-direita, que hoje está ausente num debate em Bruxelas, enquanto os restantes candidatos apelaram à mobilização dos eleitores.

“Deixámos bem claro que, para nós, não existe qualquer acordo com as extremas-direitas, porque eles não partilham a nossa visão, o nosso projeto de uma Europa forte. O que eles querem fazer não é para a Europa, por isso como é que se poderia fazer uma coligação? Nós queremos construir uma Europa mais forte e eles querem desmantelá-la, não vejo como é que se pode fazer uma coligação com estas pessoas”, declarou Nicolas Schmit, cabeça de lista do Partido Socialista Europeu.

Na mesma linha, o candidato do Renovar a Europa Agora (liberais), Sandro Gozi, disse não compreender por que motivo o Partido Popular Europeu (PPE) e a sua cabeça-de-lista, Ursula Von der Leyen, “está pronto para abrir-se” aos Conservadores e Reformistas (ECR), que “são absolutamente contra a Europa”, recebendo aplausos do público.

“Eu luto contra [Matteo] Salvini, [Giorgia] Meloni, [Marine] Le Pen. Dizemos não a alianças com a extrema-direita”, insistiu, referindo-se respetivamente aos líderes dos partidos italianos Liga e Amigos de Itália e do francês União Nacional, todos da direita radical.

Questionado sobre o partido liberal dos Países Baixos, VDD, em negociações para apoiar o governo liderado por Geert Wilders (extrema-direita), Gozi declarou que o grupo político vai analisar o tema no dia seguinte ao das eleições.

Ressalvando que “ainda não há governo nem acordo”, considerou a posição como “um erro”.

Falando à entrada para o debate hoje promovido pelo Parlamento Europeu em Bruxelas, o também comissário europeu do Emprego e Direitos Sociais disse ser “necessária uma mudança na Europa”, propondo-se a “dar confiança e esperança às pessoas” através de “propostas concretas muito fortes”.

Os candidatos principais (‘spitzenkandidaten’) à presidência da Comissão Europeia participam hoje num debate em Bruxelas, com a ausência dos representantes da extrema-direita, no terceiro e último frente-a-frente antes das eleições europeias, marcadas entre 06 e 09 de junho e nas quais votam quase 400 milhões de cidadãos dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE).

Também em declarações à chegada, a candidata dos Verdes Europeus, Terry Reintke, salientou que o sufrágio de junho ocorre num “momento crucial para a Europa”.

“Os cidadãos sentem-no e temos de fazer tudo o que pudermos para nos mobilizarmos para estas eleições, para mobilizarmos as pessoas a votarem em partidos democráticos, e é claro que hoje quero convencer os eleitores a votar nos Verdes”, adiantou Terry Reintke, também numa alusão à extrema-direita.

Já o candidato liberal do Renovar a Europa, Sandro Gozi, disse esperar “que este debate contribua para uma maior afluência às urnas nas eleições europeias”.

“Espero poder encorajar os nossos cidadãos, especialmente os jovens cidadãos, especialmente os cidadãos que votam pela primeira vez, (…) porque as eleições europeias de 2024 são as eleições mais importantes para nós. É aqui que decidimos o nosso destino coletivo, é aqui que decidimos se queremos uma Europa mais poderosa e mais democrática”, concluiu Sandro Gozi.

Já Walter Baier, da Esquerda Europeia, referiu esperar “um debate substancial” sobre “questões da vida real como empregos, habitação decente e a preços acessíveis”.

Este é o terceiro debate que junta os cabeças de lista (‘spitzenkandidaten’) das bancadas parlamentares da UE às eleições europeias.

Organizado pelo Parlamento Europeu e pela União Europeia de Radiodifusão, o debate de hoje conta com a presença dos candidatos principais dos maiores partidos representados na assembleia europeia.

A ‘spitzenkandidat’ do Partido Popular Europeu e atual líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vai participar no debate, mas não prestou declarações à entrada.

A figura dos candidatos principais – no termo alemão ‘spitzenkandidat’ – surgiu nas eleições europeias de 2014, com os maiores partidos europeus a apresentarem as suas escolhas para futuro presidente da Comissão, apesar de o modelo não ter sido seguido em 2019.

Este é o procedimento através do qual os partidos políticos europeus nomeiam cabeças de lista para o cargo de presidente da Comissão Europeia, sendo este papel atribuído ao candidato capaz de reunir maior apoio parlamentar após o sufrágio.

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