Europa vai deixar de financiar combustíveis fósseis
O Banco Europeu de Investimento (BEI) decidiu eliminar gradualmente o financiamento de projetos de energia para combustíveis fósseis nos próximos dois anos. “O clima é a principal questão da agenda política do nosso tempo”, afirmou Werner Hoyer, presidente do BEI, em comunicado. “Os cientistas estimam que as temperaturas aumentem entre 3 a 4 ° C até ao final do século”, acrescentou. “Se isso acontecer, grande parte do nosso planeta vai tornar-se inabitável, com consequências desastrosas para as pessoas e para todo o mundo”.
O BEI, braço de financiamento da União Europeia (UE), descreve-se como a “maior instituição financeira multilateral do mundo”. Os seus acionistas são os 28 estados membros da UE e a sua sede fica no Luxemburgo.
“Após uma longa discussão, chegámos a um compromisso de encerrar o financiamento de projetos de petróleo, gás e carvão a partir do final de 2021”, disse Andrew McDowell, vice-presidente responsável pelo setor de energia do BEI.
De acordo com as novas directivas, os fundos só estarão disponíveis para fontes que sejam capazes de gerar 1 kWh de energia com emissões que não superem 250 g de CO2, ou seja, ficam de fora centrais a carvão, gasolina, gasóleo e gás.
O vice-presidente responsável pelo setor de energia do BEI deixou ainda no ar outras possíveis alterações às regras adiantando que “este é um primeiro passo importante, mas não o último”.
Segundo dados do BEI, só em 2018, foram financiados 2 mil milhões de euros em projetos de combustíveis fósseis. Um número que sobe para os 13,4 mil milhões de euros, se forem considerados os últimos seis anos.
Esta decisão segue uma promessa política da nova presidente da comissão europeia, Ursula von der Leyen, de transformar o banco europeu num “banco climático”, apostado em financiar energias renováveis.