Europa regista 23 mil novos casos por dia. Há países já na segunda vaga da covid-19?

A Europa tem registado uma média de 23 mil novos casos por dia – mais do dobro do que no início de Julho. O número de infecções está a aumentar exponencialmente em países como França, Espanha e Reino Unido, que estão a registar números que não registavam há vários meses.

Espanha é o país europeu com mais casos por 100 mil habitantes, avisou já o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças no dia 18 de Agosto. Nas últimas duas semanas, registou quase 10.000 novas infecções.

Espanha foi também o primeiro país europeu a ultrapassar a barreira dos 400.000 casos. O segundo é o Reino Unido, que já superou as 325.000 infecções por SARS-CoV-2, responsável pela doença covid-19.

Na semana passada, o governo britânico apelou para que mais voluntários participassem nos ensaios clínicos de vacinas contra o novo coronavírus, de modo a aumentar a testagem experimental e a base estatística.

França, desde o início da pandemia, já registou mais de 297.000 casos, segundo dados da universidade Johns Hopkins.

Esta quarta-feira, Jean-François Delfraissy, que dirige o conselho científico que aconselha o governo sobre a pandemia, alertou que França poderá atingir uma segunda vaga de covid-19 em Novembro.

O uso de máscara passou a ser obrigatório em todo o lado, em Paris, capital francesa. Estão a ser feitos cerca de 100.000 testes diários de despiste à covid-19, em França.

Apesar dos números altos, João Martins, médico anestesista no Centro Hospitalar de Villeneuve Saint Georges, em França, que contacta todos os dias com doentes com covid-19, considera que ainda não estamos perante uma segunda vaga.

“Sinceramente, creio que será a mesma [vaga]”, disse em declarações à SIC. “Obviamente não tem a mesma intensidade da fase aguda” que se verificou no início da pandemia.

À medida que as restrições aliviam em vários países europeus, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou para os perigos da imunidade ser atingida de forma natural.

De acordo com Gabriela Gomes, investigadora da Universidade de Strathclyde, na Escócia, muitos países já atingiram imunidade de grupo.

“A população que resta nesta subpopulação susceptível são os indivíduos que, à partida, tinham menos susceptibilidade, que são mais ‘difíceis’ ou menos ‘acessíveis’ ao vírus. Portanto, isto vai dificultando a capacidade do vírus se propagar”, disse a investigadora, que utiliza modelos matemáticos, também em declarações à SIC.

Numa altura em que milhares de alunos estão prestes a retomar as aulas, os países europeus vão ter de fazer um esforço para controlar os novos contágios e uma, potencial, segunda vaga de covid-19.

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