“Europa não é o único consumidor de gás natural”: Rússia diz que há outros países dispostos a pagar pela sua energia

O governo da Rússia afirma que o fecho das portas da Europa ao seu gás natural não tem enfraquecido a economia do país, e garante que há outros Estados dispostos a comprar energia russa.

“A Europa não é o único consumidor de gás natural e não é o único continente que precisa de gás natural”, frisa Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, sugerindo que a Rússia não depende da região europeia para vender gás e colher receitas da exportações de energia.

De recordar que, na semana passada, a empresa russa de gás, a Gazprom, anunciou que tinha estabelecido um acordo com a China para que o pagamento pelo fornecimento de energia à potência asiática pudesse ser feito em rublos ou em yuans, em vez de em dólares.

E o reforço da cooperação energética entre Pequim e Moscovo não se fica por aí, pois a Rússia já indicou que tem planos para construir um reforçar as ligações de gás com a China, através do gasoduto conhecido como ‘Poder da Sibéria’, que fez aumentar em 63,4% o fluxo desse combustível fóssil nos primeiros seis meses deste ano.

Peskov salientou também que há outras regiões que estão bem posicionadas para responder às necessidades energéticas da União Europeia, apontando que Moscovo não poderá ser responsabilizada pela falta de energia no países da UE.

Desde que a Rússia invadiu a Ucrânia no passado dia 24 de fevereiro, o bloco europeu tem vindo a aperceber-se, de forma dolorosa, da sua profunda dependência da energia oriunda da Rússia, algo que vários observadores consideram colocar em risco a própria autonomia da UE, que ficou refém de um país com o qual não partilha dos seus valores fundamentais, entre eles a democracia e o respeito pelos direitos humanos.

Desde então, o coletivo dos 27 Estados-membros tem procurado alternativas ao fornecimento energético russo, prestando especial atenção aos Estados Unidos e aos países do Norte de África. Recentemente, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, deslocou-se até à Argélia, país que antes da guerra fornecia cerca de 11% de todo o gás consumido na UE.

Michel caracterizou a Argélia como um fornecedor “confiável” da Europa e destacou que “dadas as circunstâncias internacionais que todos conhecemos, a cooperação energética é obviamente essencial”.

Ainda esta manhã, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no seu terceiro discurso do Estado da União, avançou que estão em cima da mesa planos para a criação de um grupo de trabalho que procurará soluções para combater a subida dos preços da energia no bloco.

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