Europa enfrenta nova ameaça fiscal com défices superiores a 3% em 10 países até 2026

Bruxelas está novamente sob pressão para lidar com contas públicas desequilibradas na União Europeia. Segundo previsões da Comissão Europeia, 10 Estados-membros, incluindo França, Itália e Polónia, terão défices superiores a 3% do PIB até 2026, ultrapassando o limite estipulado pelos tratados europeus. Este cenário coloca em causa a capacidade da UE de garantir estabilidade fiscal, já que o défice público médio do bloco deverá encerrar 2024 nos 3,1%, enquanto a dívida pública supera os 80%.

Desde a crise financeira de 2008, seguida pela crise de dívida soberana, a Europa enfrenta desafios fiscais que têm sido agravados por eventos recentes, como a pandemia, a inflação e a guerra na Ucrânia. Itália, França e outros países já conhecidos por desequilíbrios nas contas públicas voltam a estar no radar de Bruxelas, acompanhados por nações como Áustria, Hungria e Polónia, que não deverão atingir as metas de défice nos próximos três anos, revela o ‘elEconomista’.

Embora alguns países, como Portugal e Irlanda, mantenham perspetivas positivas, o panorama geral é preocupante. Apenas quatro Estados-membros deverão registar excedentes orçamentais entre 2024 e 2026, com a Grécia a alcançar saldo positivo apenas em 2026, segundo as previsões.

As consequências das políticas fiscais rigorosas já se fazem sentir no cenário político europeu. Giorgia Meloni enfrenta protestos em Itália devido a cortes orçamentais, enquanto em França, Michel Barnier está sob pressão após forçar as contas por decreto. Na Alemanha, Olaf Scholz antecipou eleições devido à instabilidade fiscal, e Pedro Sánchez, em Espanha, conseguiu, por enquanto, manter as contas alinhadas com as metas de Bruxelas.

A instabilidade política, combinada com o aumento da dívida pública e o enfraquecimento do crescimento económico, alimenta o pessimismo entre analistas. Instituições como o Bank of America e a Standards and Poor’s alertam que eventuais cortes orçamentais poderão sufocar o já fraco crescimento económico europeu.






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