Europa e EUA têm medo dos carros elétricos chineses, garante CEO da BYD
Os países estrangeiros têm “medo” dos veículos elétricos chineses, garante esta sexta-feira o CEO da BYD, Wang Chuanfu, que critica os esforços europeus e americanos para restringir as importações de carros fabricados na China.
“Há muitos exemplos de políticos de outros países que estão preocupados com os EV na China”, refere Wang, durante uma discurso numa cimeira da indústria na cidade de Chongqing, no sudoeste da China.
O bilionário de 58 anos, fundador da maior empresa automobilística da China, salienta que a reação dos países ocidentais é uma prova da força da indústria automobilística da China. “Se não se é forte o suficiente, eles não terão medo de você”, explica.
É expectável que a União Europeia divulgue tarifas nas próximas semanas contra os carros elétricos chineses, na sequência de uma investigação sobre os subsídios à indústria por parte de Pequim, uma medida que provavelmente prejudicará o pequeno mas crescente número de importações para a Europa. A China deu a entender que retaliará com as suas próprias tarifas de 25%, em novos passos do aumento das tensões comerciais entre os dois blocos económicos.
Os EV fabricados por marcas chinesas representaram pouco menos de 9% dos veículos elétricos vendidos na Europa no ano passado, de acordo com dados da ‘Dataforce’: este número deverá aumentar para cerca de um quinto até 2027.
A BYD tornou-se um player dominante na indústria de EV, tendo interrompido a produção de carros exclusivamente com motores de combustão no início de 2022. No ano passado, a gigante automobilística com sede em Shenzhen fabricou e vendeu 3 milhões de veículos elétricos e híbridos.
No seu discurso desta sexta-feira, Wang apela à indústria para abraçar uma maior concorrência se quiser gerir a transição para veículos elétricos.
Nos últimos meses, a BYD liderou uma nova guerra de preços na China, reduzindo o custo dos seus veículos elétricos e híbridos plug-in em todos os níveis. A empresa tem como alvo fabricantes de automóveis tradicionais como Toyota Motor e Volkswagen, com o slogan “a eletricidade é mais barata do que o petróleo”. Wang acrescentou, por último, que os veículos elétricos e híbridos estão a caminho de ultrapassar os motores convencionais. “Essa é a tendência dominante e imparável”, conclui.