Europa a um passo de reduzir a dependência da China. Descoberta do maior depósito de terras raras do continente pode virar o jogo
A Rare Earths Norway, uma empresa mineira, anunciou a descoberta do maior depósito comprovado de elementos de terras raras na Europa, localizado no Complexo Fen Carbonatite, no sudeste da Noruega.
Este achado é considerado um marco significativo tanto para a Noruega quanto para a região europeia, podendo representar um passo crucial na tentativa da Europa de reduzir a sua dependência da China para esses minerais críticos.
Os elementos de terras raras são vitais para a transição global para a energia limpa, utilizados em tecnologias como veículos elétricos e turbinas eólicas. Segundo a Rare Earths Norway, o depósito contém 8,8 milhões de toneladas métricas de óxidos de terras raras totais (TREOs), incluindo cerca de 1,5 milhões de toneladas métricas de terras raras específicas para ímanes. A empresa afirmou que a extração desses minerais possui uma perspetiva razoável de viabilidade económica, revela a ‘CNBC’.
A descoberta em Fen ultrapassa um depósito significativo encontrado na Suécia no ano passado. Alf Reistad, CEO da Rare Earths Norway, destacou a importância desta descoberta, afirmando que é um “grande marco” para a empresa e para a Europa, que atualmente não possui nenhuma extração de elementos de terras raras.
A descoberta da Rare Earths Norway é vista como um impulso bem-vindo na luta da Europa para quebrar o domínio da China no mercado de terras raras. Atualmente, a China é responsável por 70% da extração global e 90% do processamento de terras raras. Em 2022, a China foi o maior fornecedor de terras raras para a União Europeia, representando 40% das importações com base no peso.
A Agência Internacional de Energia (AIE) alertou que a oferta atual de terras raras não é suficiente para dar resposta à procura necessária para a transformação do setor energético.
A Rare Earths Norway pretende continuar os trabalhos de exploração no Complexo Fen, com novas perfurações programadas para o próximo mês. A empresa está focada em desenvolver a primeira etapa da mineração até 2030, alinhando-se com os objetivos da Lei das Matérias-Primas Críticas da União Europeia, que visa extrair pelo menos 10% da procura anual de terras raras da UE até 2030.