Euribor cada vez mais perto de terreno positivo. Prepare-se para pagar mais no seu crédito habitação

As taxas Euribor, que são usadas para calcular juros tanto de empréstimos pessoais, como de depósitos bancários e crédito habitação, subiram hoje a três, seis e 12 meses, nos dois prazos mais longos para máximos desde agosto de 2020 e setembro de 2016.

A taxa a seis meses, que é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação, avançou hoje para -0,350%, mais 0,005 pontos do que na quinta-feira e um novo máximo desde agosto de 2020, contra o mínimo de sempre, de -0,554%, verificado em 20 de dezembro de 2021.

Estas taxas têm estado voláteis, mas sob pressão, desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia a 24 de fevereiro, depois de terem começado a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro, após o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido à subida da inflação na zona euro.

Apesar de as taxas Euribor não serem definidas pelo BCE, qualquer alteração que o banco central faça às taxas de juro (as taxas que cobra por emprestar dinheiro aos bancos comerciais) vão consequentemente causar uma alteração na Euribor.

Se as taxas de juro subirem, a Euribor também vai subir e, com essa subida, aumenta também a prestação do crédito habitação de muitas famílias que optaram por um crédito com taxa variável, que se altera com a alteração da Euribor.

Nos últimos anos, as taxas de juro têm estado muito reduzidas como incentivo à economia, nomeadamente ao consumo e ao investimento. No entanto, com a taxa de inflação aos níveis elevados a que se encontra, “o BCE tornou-se mais hawkish e juntou-se a muitos outros bancos centrais na pretensão de aumentar a taxa de juro”, de acordo com o Nuno Mello, analista da XTB.

“Observamos que as perspetivas de inflação permanecem muito incertas, mas concluímos que os preços de mercado se tornaram demasiado agressivos”, acrescenta. Assim que essa subida acontecer, os bancos comerciais vão ver os custos que têm com empréstimos a subir, o que vai ter como consequência direta o aumento da prestação mensal dos créditos habitação.

No entanto, não é apenas no crédito habitação que se vai sentir esta subida, mas sim em todos os créditos indexados à Euribor. Portanto, é possível que tenha de se começar a preparar para um orçamento mensal disponível mais reduzido e uma margem financeira menor.

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