EUA vetam cessar-fogo em Gaza proposto no Conselho de Segurança da ONU
Os EUA vetaram esta quarta-feira a resolução de cessar-fogo no conflito entre Israel e o Hamas em Gaza, proposta no Conselho de Segurança da ONU, após um oficial norte-americano ter acusado os membros do grupo de rejeitarem cinicamente as tentativas de se chegar a um compromisso.
A proposta de resolução apresentada ao Conselho, composto por 15 membros, incluía dois pontos principais: um pedido explícito de cessar-fogo imediato e incondicional e, em separado, a exigência da libertação dos reféns detidos pelo Hamas.
Um alto funcionário dos EUA, citado pelo The Times of Israel e sob anonimato, esclareceu antes da votação que o governo norte-americano só apoiaria uma resolução que vinculasse o cessar-fogo à libertação imediata dos reféns.
“Como já afirmámos várias vezes, não podemos apoiar um cessar-fogo incondicional que não inclua o apelo à libertação imediata dos reféns,” afirmou o oficial.
Esta não é a primeira vez que a questão dos reféns influencia a posição dos EUA no Conselho de Segurança. Já em março deste ano, os EUA abstiveram-se na votação de uma resolução semelhante, que determinava um cessar-fogo imediato em Gaza durante o Ramadão, para além de uma libertação imediata e incondicional dos reféns israelitas aprisionados pelo Hamas.
Na altura, os dois apelos também foram incluídos no mesmo parágrafo a pedido dos EUA, que argumentaram que esta abordagem seria suficiente para evitar um veto.
Embora o texto de março não explicitasse a dependência entre o cessar-fogo e a libertação dos reféns, a administração norte-americana considerou que a formulação condicionava implicitamente o cessar-fogo a um acordo sobre os reféns. A resolução submetida agora segue uma estrutura semelhante, ao combinar as duas exigências num único parágrafo, mas sem vincular explicitamente uma à outra.