EUA: Salário dos CEO aumentou 29%, mas o ordenado dos trabalhadores desceu 2%

Os salários dos CEO mais ricos da América subiram 29%, enquanto a remuneração líquida dos trabalhadores por conta de outrem desceu 2% durante o ano de 2020, de acordo com o relatório do Instituto de Estudos Políticos (IEP) de Nova Iorque.

Em média, o líder de uma empresa milionária nos EUA auferiu durante o ano passado 14,6 milhões de euros, enquanto a remuneração média anual de um trabalhador foi de 26.182 euros.

Segundo os investigadores do IEP, este fenómeno acontece porque os conselhos de administração das principais empresas dos EUA atribuíram bónus pesados aos seus líderes e esquecido os benchmarks de desempenho durante a pandemia.

Citando o exemplo de David Gibbs, o CEO da Yum Brands, empresa-mãe da KFC, Pizza Hut e Taco Bell, o relatório revela que o empresário recebeu 1,15 milhões, além dos 740 mil euros de bónus a que teria direito. Na altura, Gibbs anunciou que iria renunciar ao seu prémio para presentear todos os managers dos seus restaurantes com cerca de 820 euros a mais do que o salário base. Em média a remuneração líquida atribuída pela Yum Brands foi pouco superior a 10 mil euros.

Face a esta situação, o documento escrito pelo IEP de Nova Iorque pede que o Congresso aprove o projeto de lei introduzido em março pelo senador democrata e ex-candidato presidencial Bernie Sanders, apelidado de Tax Excessive CEO Pay Act, e que tem como objetivo incentivar as empresas a reduzir a diferença salarial entre trabalhadores e altos executivos, através da aplicação de um imposto a todas as empresas que não respeitem a igualdade salarial, ainda que nas respetivas proporções.