EUA planeiam sanções contra a China para impedir invasão de Taiwan e querem apoio da UE
Os Estados Unidos estão a considerar um novo pacote de sanções à China para evitar que a potência asiática possa lançar ações ofensivas e até invadir o Estados vizinho de Taiwan.
Os planos norte-americanos são avançados por fontes ouvidas pela ‘Aljazeera’, que contam também que a União Europeia está a ser pressionada para seguir o exemplo de Washington, numa altura em que os receios de uma invasão de Taiwan pela China estão nos níveis mais altos dos últimos anos, depois de as relações entre os dois países da Ásia se terem agudizado quando a presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, visitou Taipé no início de agosto.
O objetivo destas sanções é ir além das que já foram aplicadas pelo Ocidente à China, nos campos do comércio, do investimento transfronteiriço e tecnologia, embora não seja, para já, conhecido o que estará a ser concretamente debatido nos centros de poder político nos EUA. Contudo, é expectável que existam ainda muitos dúvidas sobre se lançar ainda mais sanções contra a segunda maior economia do mundo será uma estratégia sensata, considerando os potenciais impactos económicos que poderão ter nas economias ocidentais, altamente enredadas na malha da globalização.
Nazak Nikakhtar, antigo membro de topo do Departamento de Comércio dos EUA, considera que “a potencial imposição de sanções à China é um exercício bastante mais complexo do que aplicar sanções à Rússia”, especialmente devido “às conexões entre os EUA e os seu aliados e a economia chinesa”.
Desde a visita de Pelosi, as tensões entre a China e Taiwan têm vindo a crescer, com Pequim a realizar exercícios militares, quer no mar, quer no ar, no estreito que separa os dois países e também em torno do pequeno Estado insular, manobra que foi vista por alguns observadores como uma tentativa para um efetivo bloqueio.
Nesse cenário, também as relações entre os EUA e a China têm vindo a agudizar-se, pois embora não reconheça Taiwan como um aliado oficial, a Casa Branca, bem como os partidos Democrata e Republicano, olham para o Estado asiático como um parceiro estratégico na Ásia Pacífico. Washington já deixou garantias de que atuará para defender Taiwan caso a China decida invadir esse país.
As fontes indicam que as discussões nos EUA sobre sanções à China começaram pouco depois de a Rússia ter invadido a Ucrânia, a 24 de fevereiro deste ano, mas adquiriram um renovado sentido de urgência depois da visita de Pelosi e das ações chinesas em torno de Taiwan.
O governo norte-americano, liderando por Joe Biden, quer que a sua ação sancionatória seja coordenada com os aliados europeus e asiáticos, embora se pretenda que tal não provoque uma reação musculada por parte de Pequim.
Argumenta Craig Singleton, da Fundação para a Defesa das Democracias, que “as negociações iniciais sobre as sanções provavelmente se centrarão em limitar o acesso da China a tecnologia que possa ser usada numa operação militar contra Taiwan”.