EUA perdem a paciência com Deutsche Bank: O banco alemão continua a não prevenir lavagem de dinheiro
A Reserva Federal dos EUA voltou a chamar o Deutsche Bank à atenção. De acordo com o Fed, o banco tem assistido a vários crimes de lavagem de dinheiro a “escorregar-lhe por entre os dedos”, devido a inúmeras falhas no sistema de prevenção bancária, revela o ‘Wall Street Journal’ (WSJ).
De acordo com algumas fontes anónimas ligadas ao caso e contactadas pelo jornal norte-americano, o regulador está mesmo a ponderar multar o banco por negligência.
O Deutsche Bank tem investido muito nos últimos meses, de forma a suprimir lacunas constantes e erros crassos na forma como lida com transações suspeitas.
O Fed salienta, no entanto, que o banco alemão tem regredido nesta matéria, o que exige intervenção imediata do Estado. Segundo as mesmas fontes, contactadas pelo ‘WSJ’, a reputação do Deutsche Bank em Wall Street está cada vez mais apagada, ao ponto de ter sido preterida em inúmeras negociações financeiras.
O departamento de comunicação do credor alemão nos EUA recusou-se a comentar o caso.
Estas palavras duras do Fed vêm contrastar com a mensagem esperançosa do Deutsche Bank, que nas últimas semanas têm afirmado que os problemas legais que assolaram a instituição financeira nos últimos anos” pertencem agora ao passado”.
Em abril, o BaFin, a entidade reguladora financeira da Alemanha, ordenou que o banco tomasse novas medidas para salvaguardar o branqueamento de capitais.
O BaFin alertou na altura que o Deutsche Bank precisava de cumprir as devidas obrigações de diligência, nomeadamente sobre as avaliações regulares dos clientes, a tal ponto de que alargou os poderes concedidos a uma espécie de “monitor legal”, nomeado pelo Estado alemão em 2018, para supervisionar o banco.
Após a ordem do BaFin, o Deutsche Bank disse que tinha melhorado significativamente o controlo sobre algumas operações, gastando cerca de 1,93 milhões de euros em programas internos de prevenção contra o crime e aumentando a equipa de anti-branqueamento de capitais para mais de 1.600 pessoas em todo o mundo nos últimos dois anos.
O Deutsche Bank também permanece sob a supervisão de tutores americanos, nomeados em 2017 pelo Departamento de Serviços Financeiros de Nova Iorque, depois de o banco ter transferido 8,26 mil milhões de euros para clientes russos que se encontravam fora dos EUA, sem ter tomado as devidas precauções.
Em novembro do ano passado, o Fed ficou ainda mais preocupado, depois de esmiuçar as atividades do credor alemão na Rússia, a tal ponto que a Reserva Federal recomendou que a instituição financeira colocasse um ponto final nos negócios celebrados neste país.