EUA ameaçam cancelar vistos de estudantes com ligações a escolas militares chinesas

Os Estados Unidos pretendem cancelar os vistos de milhares de estudantes chineses com ligações a escolas com ligações ao Exército de Libertação da China, avança o “The New York Times”, que cita um relatório da Casa Branca.

O jornal norte-americano, que cita fontes próximas ao processo, avança que o secretário de Estado, Mike Pompeo, e o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estiveram reunidos na terça-feira para discutir o plano. Os Estados Unidos acreditam que estas universidades formam estudantes em técnicas de espionagem.

A concretizar-se, pode vir a afectar, pelo menos, três mil dos cerca de 360 mil alunos chineses que estão actualmente a estudar no país. Todavia, de acordo com o “The New York Times”, os estudantes chineses, que constituem a maior percentagem de alunos estrangeiros nas universidades americanas e uma fonte importante de receitas, deverão contestar.

Trata-se, segundo a mesma publicação, de uma medida de retaliação devido ao facto de a China ter anunciado que iria dar luz-verde a uma lei sobre segurança nacional para Hong Kong. Esta lei, já condenado por Pompeo, pretende contornar a autonomia de região administrativa especial de Hong Kong, ex-colónia britânica que tem, actualmente, um estatuto de semiautonomia.

«A decisão desastrosa de Pequim é apenas a última de uma série de acções que minam fundamentalmente a autonomia e as liberdades de Hong Kong e as promessas da própria China ao povo de Hong Kong ao abrigo da Declaração Conjunta Sino-Britânica, um tratado internacional da ONU», afirmou Mike Pompeo, numa notificação ao Congresso, citado pela imprensa norte-americana, na quarta-feira.

No entender do governante, Hong Kong «não continua a justificar um tratamento ao abrigo das leis dos Estados Unidos», acordado aquando da retrocessão do território à China, em 1997. No limite, esta situação poderá conduzir à retirada do comercial preferencial concedido por Washington a Hong Kong.

O presidente dos Estados Unidos, recorde-se, disse na terça-feira que irá anunciar medidas «muito interessantes» até ao final da semana para responder ao diploma da China. «Estamos a preparar algo.»

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