Estudantes do Ensino Superior ‘desesperam’ por falta de opções: faltam 75 mil camas universitárias em Portugal

A oferta de camas disponíveis em Portugal para estudantes universitários ronda as 35 mil, para um universo de 110 mil estudantes deslocados do Ensino Superior público, indica esta quinta-feira o ‘Diário de Notícias’: de acordo com dados do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), a oferta cobre apenas 32% das necessidades, estando em falta pelo menos mais 75 mil camas – a situação piora se se levar em consideração que existem mais de 40 mil alunos carenciados nas universidades portuguesas e, como tal, com acesso prioritário às residências do Estado, que dispõem de 15.939 camas.

O plano nacional, lançado em 2018, que prevê a introdução de mais de 18 mil camas a preços regulados até 2026, num investimento global de 445,7 milhões de euros, está quase todo por concretizar e no próximo ano letivo pouco deverá aumentar a oferta pública.

De acordo com o PNAES, apenas 12 projetos, num total de 1.124 camas, estão concluídos: em curso estão 40 obras (12 referentes a novas construções, dez de adaptação de edifícios, cinco de aquisição de imóveis para nova utilidade e 13 de renovação de residências universitárias), num total de 5.555 camas. Há ainda 2.550 camas que estão suspensas de oferta pública devido à requalificação em curso do edificado. Estão também adjudicadas 52 empreitadas, com 7.965 unidades de alojamento (das quais 2788 são intervenções em residências existentes). Ainda em fase de projeto estão 3.459 camas.

Segundo a plataforma de Inteligência Artificial especializada em imobiliário Alfredo.pt, este mês estavam a ser anunciados 5.666 quartos privados para arrendamento no país (os dados estão em constante atualização), entre residências universitárias privadas e unidades disponíveis em apartamentos – de acordo com a plataforma, o preço médio por quarto atingiu em julho 397 euros, o que traduz um aumento de 4,5% na análise dos últimos 12 meses. Este mercado é disputado pelos mais de 110 mil alunos deslocados do Ensino Superior público, mas também por estudantes das instituições privadas e por estrangeiros, o que eleva a procura potencial para mais de 175 mil camas.