Estes são os seis tratamentos mais ‘promissores’ para a covid-19 testados até agora
São várias as terapias e os medicamentos que estão a ser testados e administrados em doentes com Covid-19. Alguns já apresentam resultados positivos, que parecem reduzir o número de mortes nos hospitais, no entanto, há ainda um longo caminho a percorrer até ser encontrado um tratamento global para a Covid-19.
Com base nos estudos desenvolvidos até este momento, com uma partilha intensa de experiências e resultados pela comunidade científica, o ‘The Guardian‘ compilou alguns dos mais promissores:
1. Dexametasona
É um medicamento barato e, de uma forma geral, abundante em todo o mundo que tem revelado salvar vidas. A dexametasona foi responsável pela sobrevivência de um em cada oito pacientes em ventiladores durante um ensaio de recuperação da Universidade de Oxford. Os resultados foram anunciados em meados de Junho e o esteróide de baixa dose é agora ‘tratamento padrão’ para os pacientes mais doentes.
Os dados provêm do maior ensaio aleatório de tratamentos para a covid-19 a nível mundial e envolveu quase todos os hospitais no Reino Unido. A dexametasona existe há 60 anos, por isso, a patente já caducou.
2. Plasma sanguíneo convalescente
Trata-se de plasma que contém anticorpos para o vírus recolhidos de pessoas que já recuperaram da covid-19.
À medida que a campanha para as eleições presidenciais dos Estados Unidos se aproxima, Donald Trump anunciou uma autorização de emergência para o tratamento, que, segundo afirmou, poderia evitar 35% das mortes.
Embora o plasma convalescente tenha sido utilizado com sucesso no tratamento de outras doenças, a maioria dos especialistas continua a afirmar que não existem provas suficientes de como funciona e em que pacientes, no que concerne à covid-19.
3. Remdesivir
O medicamento foi autorizado para utilização de emergência nos Estados Unidos, Índia e Singapura e aprovado na União Europeia, Japão e Austrália para utilização em pessoas com sintomas graves.
É um medicamento caro, fabricado pela empresa americana Gilead Sciences, originalmente para a hepatite C, em que se revelou ineficaz. Foi então readaptado para o Ébola.
Na covid-19, parece encurtar a duração de uma estadia hospitalar média de 15 para 11 dias, mas não é claro se tem um efeito significativo na redução de mortes.
4. Tocilizumab
Vários tratamentos anti-inflamatórios estão a ser testados para verificar se são eficazes contra o novo coronavírus, já que o vírus ataca o sistema imunitário e provoca inflamações.
Tocilizumab é um anticorpo normalmente utilizado para tratar a artrite reumatóide e é administrado por injecção para bloquear a proteína inflamatória IL-6.
Os doentes que receberam este medicamento durante o grave surto de covid-19 em Itália, em Março, pareciam ter menos probabilidades de acabar num ventilador ou de falecer. Porém, a amostra foi relativamente pequena e este foi um estudo observacional, não um ensaio aleatório para avaliar os resultados de pessoas com e sem o fármaco.
5. Comprimidos para a tensão arterial
Uma investigação da Universidade de East Anglia, no Reino Unido, revelou que medicamentos para a hipertensão arterial podem melhorar as taxas de sobrevivência à covid-19 e reduzir a gravidade da infecção.
Contudo, isto não significa que tais fármacos sejam benéficos para pessoas infectadas com o novo coronavírus que não sofram de tensão arterial elevada.
6. Interferão beta inalado
Um pequeno estudo de cientistas da Universidade de Southampton, no Reino Unido, sugere que um inalador que contém o medicamento interferão beta, utilizado para tratar a esclerose múltipla, poderia ser eficaz no tratamento da covid-19.
Os três académicos por detrás do estudo tornaram-se milionários quando anunciaram os resultados do seu ensaio em doentes com covid-19, em Julho. O ensaio envolveu apenas 101 pacientes em nove hospitais. Aqueles que inalaram o medicamento saíram do hospital mais cedo e tinham mais probabilidades de recuperar, mas os dados não foram ainda publicados na íntegra, pelo que são necessários ensaios de maior escala.