“Este regime russo não conhece limites”: Zelensky garante que a “Europa já não é suficiente” para Putin
“Este regime russo não conhece limites”, avisa esta sexta-feira o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, num discurso dirigido à Assembleia Nacional de França.
“Tudo o que atinge hoje a Ucrânia, amanhã poderá atingir outros países. Já estamos a ver como esse ataque pode evoluir. Os Bálticos, a Polónia, os Balcãs e muito mais. Este regime russo não conhece limites. A Europa já não é suficiente para ele”, avisa o presidente ucraniano.
“Vladimir Putin já destruiu a Síria, está a perturbar o Sahel. Ele usa tudo isso para enfraquecer os países, utiliza os recursos energéticos e os alimentos. E ele trouxe todo o arsenal do século passado, desde o bloqueio marítimo até o sequestro massivo dos filhos do nosso povo nos territórios ocupados e chantageou o mundo inteiro para que o mundo tivesse medo dele”, acusa Zelensky.
O presidente ucraniano fez um paralelismo entre a II Guerra Mundial e a atualidade: “Vivemos numa época em que a Europa já não é um continente de paz. (…) As cidades são completamente destruídas e as aldeias são queimadas. Mais uma vez, na Europa aparecem campos de prisioneiros, deportações e ódio. Há quem procure dividir a Europa. Dizem que esta ou aquela pessoa não merece existir”, acusa Zelensky, que participou esta semana nas cerimónias do 80º aniversário do Dia D, com o Desembarque da Normandia.
“E é precisamente esta vitória que ainda sentimos nas praias onde estivemos com o presidente Emmanuel Macron e outros líderes. Temos orgulho de sermos herdeiros daqueles que participaram nesta batalha”, refere o líder ucraniano.
Em 1944, “os combatentes eram muito diferentes, de países diferentes, mas todos igualmente ansiosos por fazer triunfar a liberdade. Estas são de facto as batalhas vitoriosas, aqui na Normandia, e no nosso país, no leste da Europa, nos mares do norte do nosso continente, nos céus britânicos, no sul da Europa, (.. .) que devolveram a Europa à humanidade. Sem estas vitórias nada existiria, ninguém existiria, nem a Ucrânia nem a França. Nenhuma das nações livres existiria”, conclui.