Este país da UE quer que as mulheres cumpram serviço militar obrigatório já a partir de 2028

A guerra desencadeada pelo líder russo, Vladimir Putin, contra a Ucrânia está a levar alguns países da União Europeia a repensar o serviço militar obrigatório, incluindo a Letónia, cujo ministro da Defesa propôs a introdução deste serviço para mulheres já a partir de 2028.

Esta terça-feira, Andris Sprūds, ministro da Defesa da Letónia, defendeu a implementação do serviço militar obrigatório para mulheres, no âmbito de uma estratégia de defesa nacional mais abrangente. “Ao avançar para uma defesa nacional completa, apoio o serviço militar obrigatório para mulheres. 2028 pode ser o momento ideal para iniciar esta medida”, escreveu Sprūds na rede social X, reiterando as suas declarações numa entrevista aos meios de comunicação locais anteriormente.

Desde que o presidente russo, Vladimir Putin, lançou a sua invasão em larga escala da Ucrânia em fevereiro de 2022, muitos países europeus têm intensificado os seus esforços para fortalecer os seus exércitos, tanto em termos de pessoal como de armamento.

A Letónia, que partilha fronteira com a Rússia, reintroduziu o serviço militar obrigatório apenas no ano passado, depois de o ter abolido em 2006. Com uma população de menos de 2 milhões de habitantes, o país seleciona os recrutas de forma aleatória e tem como objetivo alcançar um total de 4.000 soldados até 2028.

A Letónia foi uma das últimas nações próximas da Rússia a reinstaurar o serviço militar obrigatório, seguindo os passos da Suécia e da Lituânia, que tomaram medidas semelhantes logo após a anexação ilegal da Crimeia pela Rússia em 2014.

Embora várias capitais europeias estejam a tentar recrutar e reter pessoal para as suas forças armadas, o serviço militar obrigatório para mulheres continua a ser uma prática rara. Em março deste ano, a Dinamarca anunciou planos para introduzir o serviço obrigatório feminino, tornando-se assim no terceiro país europeu a avançar nesse sentido, depois da Noruega e da Suécia.

Contudo, Sprūds destacou que o serviço militar obrigatório para mulheres “não acontecerá hoje ou amanhã”, sublinhando que há ainda obstáculos políticos e técnicos a superar.

Até 2028, “há trabalho de casa a fazer: um debate público, a melhoria da infraestrutura do serviço e a provisão de material e equipamento especificamente adaptados para mulheres”, explicou o ministro na sua publicação na rede social X.

No início deste ano, a Letónia aprovou um plano de desenvolvimento do exército para os próximos 12 anos, que inclui orientações para a indústria sobre áreas de investimento de acordo com prioridades de capacidades, o aumento do número de reservistas e o desenvolvimento de infraestruturas militares.

Estas iniciativas refletem o esforço crescente da Letónia para reforçar a sua capacidade de defesa, numa altura em que as ameaças na região são mais prementes.

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