Este é o restrito clube dos gigantes europeus, as 15 empresas avaliadas em mais de 100 mil milhões de euros
Embora o mercado americano seja dominado pelos famosos “Sete Magníficos” – Apple, Meta, Microsoft, NVIDIA, Amazon, Alphabet e Tesla – a Europa também tem os seus próprios colossos bolsistas. 15 empresas no Velho Continente ultrapassam os 100 mil milhões de euros em capitalização e desempenham um papel crucial no futuro dos índices europeus.
Estas empresas, que representam cerca de 25% do valor do índice Stoxx 600, superaram os gigantes americanos em rentabilidade nos últimos dois anos, com metade da volatilidade.
Entre estas grandes empresas, destacam-se as seguintes, listadas por capitalização:
- LVMH (312 mil milhões de euros) – A gigante francesa do luxo, líder mundial no setor.
- ASML (260 mil milhões de euros) – Empresa holandesa especializada na produção de máquinas de chips.
- SAP (260 mil milhões de euros) – Empresa alemã de software e soluções empresariais.
- Hermès (200 mil milhões de euros) – Marca francesa de artigos de luxo, especialmente conhecida pelos seus artigos de couro.
- L’Oréal (200 mil milhões de euros) – Líder mundial no setor de cosméticos e beleza.
- Inditex (1.000 milhões de euros) – A multinacional espanhola proprietária de marcas como a Zara, Massimo Dutti e Pull&Bear.
- TotalEnergies (150 mil milhões de euros) – Empresa francesa de energia, com forte presença global.
- Airbus (120 mil milhões de euros) – Fabricante aeroespacial europeu e líder na produção de aeronaves comerciais.
- Schneider Electric (115 mil milhões de euros) – Empresa francesa especializada em gestão de energia e automação.
- Deutsche Telekom (110 mil milhões de euros) – A maior empresa de telecomunicações da Europa, com sede na Alemanha.
- Sanofi (105 mil milhões de euros) – Empresa farmacêutica francesa, uma das maiores do mundo.
- Siemens (100 mil milhões de euros) – Multinacional alemã, líder em engenharia e tecnologias industriais.
- AstraZeneca (100 mil milhões de euros) – Empresa biofarmacêutica britânica-sueca, reconhecida globalmente.
- Novo Nordisk (cerca de 100 mil milhões de euros) – Empresa farmacêutica dinamarquesa, líder no tratamento da diabetes.
- Unilever (cerca de 100 mil milhões de euros) – Multinacional britânica-holandesa de bens de consumo, presente em todo o mundo.
Estas grandes empresas enfrentam um cenário misto em 2024. Empresas como a SAP e a Inditex registaram fortes aumentos nas suas ações, subindo 52% e 36%, respetivamente. Schneider Electric e Deutsche Telekom também tiveram desempenhos sólidos, com crescimentos de 35% e 30%.
Por outro lado, gigantes como LVMH, ASML e L’Oréal sofreram quedas nas suas cotações este ano. A LVMH caiu 17%, enquanto a L’Oréal recuou 15% e a ASML perdeu 2%, apesar das perspetivas de crescimento no longo prazo. A queda de 16% das ações da ASML numa única sessão foi especialmente notável após a divulgação de resultados dececionantes, revela o ‘Cinco Dias’.
Mesmo após um trimestre de fracos resultados para algumas destas empresas, analistas permanecem otimistas. A ASML, por exemplo, tem um preço-alvo estimado de 1.185 euros por ação nos próximos 12 meses, segundo a Goldman Sachs. A LVMH, apesar de uma queda recente, continua a ser vista como uma aposta sólida a longo prazo, com o Barclays a prever uma valorização para 795 euros por ação.
As grandes empresas europeias também se destacam pela sua capacidade de pagar dividendos, com uma média de 2,5%, contrastando com os 0,3% oferecidos pelos gigantes americanos. No entanto, a dependência do mercado chinês, especialmente para empresas de luxo como a Hermès e a LVMH, continua a ser um fator de risco, com as vendas a serem impactadas pela desaceleração económica na China.
Apesar do crescimento destas gigantes europeias, há desafios estruturais que limitam a criação de novos grandes players no continente. Um relatório recente de Mario Draghi apontou a falta de integração do mercado interno, o desenvolvimento insuficiente do mercado de capitais e a dificuldade em atrair e reter talentos como os principais obstáculos para o crescimento empresarial na Europa.
Para competir de igual para igual com os Estados Unidos e a China, a Europa terá de continuar a trabalhar na harmonização regulatória e na promoção de políticas que favoreçam a mobilidade laboral e a inovação.