Este é o poço de petróleo offshore mais profundo do mundo. Explorações recorde fazem superar temido pico petrolífero

Durante décadas, a teoria do pico petrolífero global, formulada pelo geofísico M. King Hubbert, previu que a produção de petróleo seguiria uma curva em forma de sino, atingindo um ponto máximo antes de entrar num declínio inevitável devido ao esgotamento dos recursos. No entanto, essa teoria tem sido amplamente debatida e, em muitos aspetos, refutada pelos avanços tecnológicos na indústria petrolífera.

Um exemplo notável dessa evolução é o projeto em andamento na Colômbia, onde a Occidental Petroleum e a Ecopetrol estão a preparar a perfuração do poço Komodo-1. Com quase 4 quilómetros de profundidade, o Komodo-1 superará em 300 metros o segundo poço submarino mais profundo do mundo, localizado em Angola.

A diretora de operações offshore da Ecopetrol, Elsa Jaimes, revelou à Bloomberg que a melhoria na tecnologia sísmica marinha tem sido fundamental para explorar essas profundidades, conta o ‘elEconomista’.

Com o aumento da capacidade de perfuração em águas ultraprofundas, 2024 está a caminho de se tornar o ano mais movimentado para a perfuração em mares com pelo menos 1.500 metros de profundidade na última década, segundo a Enverus. A crescente procura por energia e os avanços tecnológicos impulsionam essa tendência.

No entanto, a indústria petrolífera colombiana enfrenta desafios. Em 2015, a Colômbia produziu mais de um milhão de barris de petróleo por dia, mas atualmente luta para manter uma produção de 800 mil barris diários. O governo colombiano suspendeu novas licenças de exploração de petróleo e gás, direcionando esforços para energias renováveis, o que poderá impactar negativamente a produção de petróleo no futuro.

Além disso, o recente ataque a um oleoduto colombiano exemplifica os desafios que a indústria enfrenta. Em resposta, as empresas petrolíferas, como a Occidental e a Ecopetrol, estão a investir em exploração offshore para garantir o abastecimento.

Globalmente, o investimento em exploração offshore está em alta, com a SLB a estimar mais de 100 mil milhões de dólares em compromissos para projetos até 2025. A Agência Internacional de Energia confirma essa tendência, destacando que quase todas as novas descobertas de petróleo estão a ser feitas em alto-mar.

Enquanto isso, a China também marca um recorde com a perfuração do poço Yuejin 3-3XC na região de Xinjiang, que alcançou uma profundidade de 9.432 metros, estabelecendo um novo recorde de profundidade em terra na Ásia.

Apesar dos desafios e mudanças na indústria, a procura contínua por petróleo e os avanços tecnológicos sugerem que a produção pode adaptar-se e até expandir, adiando o “pico” previsto por Hubbert e redefinindo os limites da extração de petróleo.

 

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