Estamos a viver a quarta revolução industrial, mas há uma “assimetria brutal” entre as empresas em Portugal, diz João Epifânio, Administrador da MEO/Altice

João Epifânio, Administrador da MEO/Altice sublinha que estamos a viver a quarta revolução industrial, mas sublinha a “assimetria brutal” que existe entre as empresas em Portugal.

O Administrador da MEO/Altice afirmou durante a sua intervenção na XXVI Conferência Digest. que o que estamos a viver é, efetivamente, a quarta revolução industrial, agora com a introdução da Inteligência Artificial, Internet das Coisas, Cloud Computing, que traz desafios adicionais.

No entanto, se as duas primeiras revoluções industriais demoraram 150 anos, as duas últimas demoraram 50, ou seja, “temos um fator de compressão de tempo que não podemos ignorar, e que carrega um fardo de urgência para se fazer”.

Do ponto de vista da capacidade do nosso país, João Epifânio refere que há empresas que convivem com a tecnologia no quotidiano, como é o caso do setor das telcos ou da banca, que são aceleradores de crescimento.

No entanto, alerta, temos uma “assimetria brutal” na nossa economia, porque a maior parte das empresas, que são pequenas e médias, não têm a capacidade para investir na tecnologia.

“A tecnologia é barata depois de produzir resultados, antes disso requer investimento. A esmagadora maioria das nossas empresas não dispões desse tipo de investimento nem mecanismos de suporte para que possam fazer essa modernização”, sublinha.

A Altice Portugal conta com o hub tecnológico do grupo, em Aveiro, onde trabalham 600 engenheiros, esmagadoramente portugueses, exportando produtos e serviços para mais de 50 países.

“Isto demonstra a qualidade da engenharia portuguesa, mas temos um défice progressivo que não estamos a melhorar. Nos últimos anos, o número médio de pessoas que trabalham nas TIC na Europa duplicou, no entanto, em Portugal, temos de preparar o nosso futuro, e isso faz-se na cadeia de formação”, alerta.

“Se não produzirmos profissionais, dificilmente vamos produzir resultados. Se as grandes empresas sentem esta dificuldade, imaginem o que sentem as pequenas empresas que não têm este tipo de cultura, de processos nem conseguem recrutar pessoas com este nível de skills”, termina.

João Epifânio acredita que há ambição para podermos ser um hub de tecnologia, até pela quantidade de investimento estrangeiro que conseguimos atrair, pela quantidade de empresas que se fixam no nosso país que têm esse tipo de perfil, no entanto, é preciso ter uma estratégia clara, não exclusiva para as grandes empresas.

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