Estados-membros da União Europeia aprovam novo acordo do Brexit
Os líderes dos 27 Estados-membros já deram luz verde ao acordo anunciado esta manhã por Boris Johnson e Jean-Claude Juncker. Um porta-voz do Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, deixou a mensagem no Twitter há minutos.
Brexit EU27 EUCO finished. Conclusions adopted.
— Preben Aamann (@PrebenEUspox) October 17, 2019
O novo acordo irá entrar em efeito a partir de 1 de novembro. “O Conselho Europeu endossou este acordo […] Nessa premissa, o Conselho Europeu convida a Comissão, o Parlamento Europeu, e o Conselho a empreenderem os passos necessários para assegurar que o acordo entra em vigor a 01 de novembro de 2019”, declarou Donald Tusk, em conferência de imprensa, durante a cimeira europeia a decorrer em Bruxelas.
Donald Tusk elogia o acordo alcançado, porque permite “evitar o caos”. O presidente do Conselho Europeu sublinha que só foi possível alcançá-lo porque houve uma “mudança-chave” por parte do Governo de Boris Johnson. O acordo salvaguarda a paz e a estabilidade para a Ilha da Irlanda e estabelece um período de transição até ao final de 2020, garante ainda o presidente do Conselho Europeu.
Tusk termina numa nota emotiva: “O que sinto hoje é tristeza, porque no meu coração serei sempre um Remainer”, diz, referindo-se ao termo usado para definir os britânicos que querem permanecer na UE. O Reino Unido está, por isso, um passo mais próximo do Brexit.
“A nossa porta estará sempre aberta”, acrescenta Tusk, referindo-se à possibilidade de um dia o Reino Unido voltar a entrar na UE.
.@eucopresident Donald Tusk says PM's #BrexitDeal avoids there being "chaos" between EU and UK, but admits "sadness" and hopes the "UK will return one day".
Follow live updates on the #BrexitDeal here: https://t.co/D5BDcQ0eGt pic.twitter.com/JFAXdwrl2h
— Sky News Politics (@SkyNewsPolitics) October 17, 2019
O texto terá ainda contudo de ser aprovado pela Câmara dos Comuns, o Parlamento britânico, que reúne numa sessão extraordinária no sábado, para debater e votar o documento negociado entre o governo do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, e a União Europeia.
Antes disso, os deputados britânicos já tinham aprovado uma emenda à proposta do governo para que seja incluída a possibilidade de pedir um adiamento. Mas Jean-Claude Juncker recusou essa possibilidade: o presidente da Comissão Europeia considera que não há argumentos para novas extensões, mesmo que o Parlamento Britânico rejeite a proposta.
O DUP (Partido Unionista Democrático) já anunciou que irá votar contra o acordo. Os unionistas afirmaram não ter mudado de ideias em relação à saída do Reino Unido da União Europeia.
Também o líder do Partido do Brexit, Nigel Farage, afirmou que o acordo alcançado “simplesmente não é um Brexit” e deve ser rejeitado.
“O compromisso de alinhamento regulatório neste acordo significa que o ‘novo acordo’ não é o ‘Brexit’, apesar de melhorias na união aduaneira”, escreveu o eurocético britânico no Twitter após o anúncio de que Londres e a UE chegaram a acordo.
Já o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, saudou o acordo como “bom para a Irlanda e para a Irlanda do Norte” e “respeitador de uma história e uma geografia únicas”.
A economia da ilha no seu todo e leste-oeste pode continuar a prosperar. Protege o mercado único e o nosso lugar nele”, escreveu Varadkar na sua conta na rede social Twitter.