Estado-membro da NATO prepara planos de evacuação em massa em caso de invasão russa

A Lituânia, país membro da NATO, está a elaborar planos para uma evacuação em massa de civis em preparação para a possibilidade de uma guerra com a Rússia, informou esta sexta-feira o Ministério do Interior local: as medidas são as mais recentes adotadas pelos membros da aliança militar para proteção contra possíveis ataques russos.

As tensões entre a Rússia e a NATO aumentaram desde a invasão da Ucrânia pelo presidente Vladimir Putin: Moscovo tem acusado a aliança atlântica de envolvimento no conflito, ao fornecer assistência militar e armas a Kiev, com as autoridades russas a sugerirem atacar Estados-membros em retaliação.

Em resposta, os Estados Bálticos — Letónia, Lituânia e Estónia — assinaram um acordo em janeiro para criar uma linha de defesa comum com “elementos de infraestrutura anti-mobilidade” para reforçar a fronteira oriental da NATO com a Rússia e o aliado de Putin, Bielorrússia.

O Ministério do Interior da Lituânia, citado pela emissora pública ‘LRT’, alertou que as autoridades deveriam estar preparadas para realocar um quarto da população do país de 2,6 milhões, dando prioridade a mulheres grávidas, famílias com crianças pequenas e pessoas com deficiência.

A ministra do Interior, Agne Bilotaite, disse que está em contacto com os países vizinhos da Lituânia sobre os planos, que também devem incluir transferências internacionais.

No passado dia 5, o autarca de Vilnius, Valdas Benkunskas, delineou algumas outras medidas que permitiriam ao país proteger os seus civis no caso de um ataque, incluindo o desenvolvimento de uma rede de abrigos. “Em caso de perigo aéreo, os moradores de Vilnius podem esconder-se. “O propósito das sirenes é muito claro há muitos anos, é um sinal sonoro emitido em espaços públicos ao ar livre para alertar sobre qualquer perigo”, salientou o responsável, apontando que, até ao momento, foram instaladas em Vilnius 41 sirenes de alerta, “que cobrem aproximadamente 30% do território da cidade”.

O prefeito também destacou a importância de estar preparado para diversos cenários. “Por exemplo, o que fazemos se tivermos pontes bombardeadas? Se tivermos um caso de sabotagem, onde um incidente de trânsito é causado deliberadamente, quem deve responder e consertar para que o fluxo de tráfego não seja interrompido”, questionou. “O trabalho organizacional é muito importante, para que tudo corra bem e os moradores de Vilnius possam deixar a cidade num máximo de 12 horas, se houver necessidade”, acrescentou Benkunskas.

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