Esquema em caixas multibanco defraudou 18 bancos em milhares

Um cabecilha e nove cúmplices abriram 94 contas bancárias e lesaram 18 bancos em milhares de euros, aproveitando o período de degradação, momento em que as caixas multibanco estão desligadas do sistema central para atualização de software, avança hoje o ‘Jornal de Notícias’.

Conta o matutino que o cérebro do esquema era Cleber Gallete, 39 anos, luso-brasileiro. Os nove cúmplices, incluindo a mulher, todos brasileiros, abriam contas bancárias e entregavam a Cleber os cartões de crédito, de débito e principalmente cartões pré pagos, que permitem fazer movimentos de dinheiro com cartão de crédito, desde que o dinheiro esteja disponível.

Com os diferentes cartões, o cabecilha ia a uma caixa multibanco e depositava montantes em dinheiro bastante elevados. Depois, durante vários dias, consultava os saldos das contas, antes e depois da meia-noite, para apurar o momento exato em que o sistema estava no chamado “período de degradção”. Como as caixas deixavam de ter comunicação com o sistema central, não atualivam a informação e, por isso, permitiam que fosse movimentada a quantia do saldo existente imediatamente antes de entrar em modo ‘offline’.

Este período morto era aproveitado por Cleber. Por exemplo, fazia um depósito de 10 mil euros, quantia que voltava a movimentar segundos antes do período de degradação. Assim que o sistema ficava offline, sem o último movimento atualizado, tratava de movimentar mais 10 mil euros, o que conseguia, apesar de não haver saldo. Quando o sistema voltava ao modo ‘on’ e era atualizada a informação, fixava-se o saldo negativo, mas nessa altura já o dinheiro tinha sido dissipado por outras contas, com destino ao Brasil.

Por esse esquema iriam começar a ser julgados seis indivíduos na próxima semana, mas o julgamento foi desmarcado porque os acusados estão em fuga à justiça. Já o cabecilha, mais 3 cúmplices, foram julgados em processo separado,

Os juízes consideraram o modo de atuação sofisticado e nunca visto em portugal. Rendeu ao grupo pelo menos 119 mil euros.

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