Espionagem chinesa: Começa hoje o julgamento que envolve um ex-executivo da Huawei e um ex-agente das secretas polacas
Começa hoje, em Varsóvia, o julgamento sobre espionagem chinesa, que envolve um ex-membro dos serviços secretos polacos e um ex-funcionário da Huawei.
Em janeiro de 2019, a Polónia prendeu os dois homens, suspeitos de estarem a realizar atividades de espionagem para a China, um facto que fez a machete em vários jornais internacionais e colocou em debate a efetiva segurança dos equipamentos Huawei.
O Ministério Público polaco alega que Wang Weijing, de 39 anos, ocupou, durante sete anos, o cargo de alto executivo da Huawei, para conseguir influenciar o Governo polaco a restruturar a sua rede tecnológica e de telecomunicações, recorrendo à indústria chinesa.
Além disso, Wang é ainda acusado de recrutar um ex-agente dos serviços secreto polacos Piotr D., cujo apelido foi resguardado por razões de segurança pessoal do arguido, que, segundo os procuradores, explicou ao ex-colaborador da Huawei como manusear as redes de rádio de serviços de resgate e de segurança pública do país.
Para a defesa dos dois arguidos, “não existe qualquer evidência de que houve crime”, afirmaram os advogados num comunicado enviado hoje à Reuters.
Depois de Wang ter sido detido e o caso ter-se tornado público, a Huawei despediu o seu colaborador, mas comprometeu-se a pagar os honorários do seu advogado, ainda que sob ”os mais altos padrões de transparência e adesão às leis e à regulamentação internacional”.
No ano passado, o primeiro-ministro da Polónia, Mateusz Morawiecki, propôs um projeto de lei que poderia levar à expulsão da Huawei da construção de redes 5G no país, proposta que ainda não foi discutida pelo parlamento.
Se o fizer, Varsóvia será o terceiro Estado do mundo a seguir as recomendações dos EUA, a seguir à Suécia e ao Reino Unido, e a excluir a empresa chinesa das mais modernas estruturas de telecomunicações.