Espanha pede apoio da ONU a conferência de paz sobre Palestina
O Governo espanhol pediu hoje à Assembleia-Geral das Nações Unidas (ONU) que apoie a proposta de uma conferência de paz sobre a questão palestiniana a realizar-se em Espanha.
O embaixador espanhol na ONU, Héctor Gómez, garantiu que esta conferência de paz, que ainda não tem data, já conta com o apoio da União Europeia, da Liga Árabe e da Organização da Conferência Islâmica, o que implica o apoio de “mais de oitenta Estados”, enfatizou.
O apelo de Gómez foi feito numa sessão dedicada às “explicações de voto”, depois de Espanha ter apoiado – e até copatrocinado – a resolução aprovada na sexta-feira por uma esmagadora maioria da Assembleia-Geral (143 votos a favor e nove contra) para pedir ao Conselho de Segurança que reconsidere a adesão plena da Palestina às Nações Unidas.
O representante espanhol sublinhou que a resolução de sexta-feira reforça os poderes da Palestina dentro da Assembleia – embora ainda não tenha direito de voto – e representa um passo em frente na solução de dois Estados para resolver o conflito palestiniano.
Por isso, destacou a decisão inequívoca de Espanha de reconhecer “em breve” o Estado Palestiniano, porque – explicou – dará “maior legitimidade” ao Governo palestiniano e permitirá “expulsar o extremismo do espaço público”, além de ser “a melhor garantia de segurança para Israel e para a região” e permitir “equilibrar o debate entre as partes” em futuras negociações de paz.
“Não temos dualidade de critérios”, enfatizou Gómez.
A resolução aprovada na sexta-feira transforma a Palestina num Estado Observador com direitos excecionais, um estatuto que a deixa num meio-termo entre o Vaticano — que é o outro Estado Observador — e os 193 membros plenos da organização.
Porém, a eventual passagem da Palestina a Estado-membro da ONU passará necessariamente pelo Conselho de Segurança, onde deverá enfrentar o veto dos Estados Unidos, como aconteceu em 18 de abril, quando Washington vetou sozinho uma proposta de adesão que teve 12 votos a favor e duas abstenções.