Escolas e fábricas encerradas, casas a arder e autoestradas cortadas: Portugal ativa mecanismo de proteção civil da União Europeia (com vídeo)

Portugal ativou o mecanismo de proteção civil da União Europeia, avançou esta manhã a rádio ‘Renascença’: com este pedido, confirmado por fonte oficial da Proteção Civil, os Estados-membros da UE vão agora informar sobre os meios aéreos disponíveis para ajudar ao combate aos incêndios em Portugal.

Um porta-voz do executivo comunitário confirmou, à Lusa, que o pedido chegou ao final da manhã de hoje, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, para um reforço dos meios, numa altura em Portugal continental está em estado de alerta por causa do risco de fogos – a mesma fonte não confirmou que tipo de meios solicitou o Governo português, indicando que a proposta está a ser avaliada para corresponder ao que pedido feito.

Contactado pela Lusa, um porta-voz do executivo de Ursula von der Leyen afirmou que a Comissão “está preparada para ajudar Portugal com todos os meios de que necessitar” para debelar os incêndios no distrito de Aveiro.

A situação mais preocupante no país – onde estão ativas 106 ocorrências [dados das 10h45], com 2.690 operacionais, é em Albergaria-a-Velha e em Oliveira de Azeméis: no primeiro caso, as chamas, que começaram no concelho de Sever do Vouga, estão a ser combatidas por 82 bombeiros, 25 meios terrestres e um meio aéreo. De acordo com o presidente da Câmara local, há já várias habitações atingidas pelo fogo, sendo que todos os estabelecimentos de ensino do Agrupamento de Escolas de Albergaria-a-Velha e fábricas foram fechadas. Pelo menos quatro pessoas ficaram feridas no incêndio no distrito de Aveiro, uma dos quais em estado grave.

Já em Oliveira de Azeméis é onde está o maior número de operacionais, que obrigou mesmo ao corte de trânsito em troços da A1, A25 e IC2 – há um total de sete estradas cortadas, veja aqui: são 531 operacionais, 169 meios terrestre e cinco meios aéreos. A GNR apelou para que os automobilistas não circulem nas zonas dos fogos. “Os condutores devem abster-se de circular nas vias em direção a Aveiro. É a melhor forma de manterem a integridade física e não colocarem em perigo a vida”, avisou o major Vítor Ribeiro, da GNR de Aveiro, esta manhã, salientando que as alternativas às três autoestradas cortadas no distrito “são muito voláteis e escassas”.

“Atendendo ao vento e aos focos de incêndio que estão a surgir, é muito difícil darmos alternativas que não coloquem em risco a vida das pessoas. Portanto, o que aconselho neste momento é não circular”, acrescentou.

As chamas obrigaram também à evacuação, por precaução, de um centro de dia em Macinhata da Seixa (Oliveira de Azeméis) – os 23 idosos serão abrigados no pavilhão municipal da cidade, também devido ao fumo intenso que se faz sentir.

No combate ao incêndio em Oliveira de Azeméis, há a registar a morte de um bombeiro que, durante uma pausa no combate ao incêndio de Oliveira de Azeméis, foi vítima de uma paragem cardiorrespiratória. Numa nota divulgada esta segunda-feira no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa lamentou o falecimento do bombeiro João Silva, do Corpo de Bombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta.

“O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa já falou ao telefone com a viúva e com o Comandante dos Bombeiros, endereçando à família enlutada as sentidas condolências, manifestando a sua solidariedade aos amigos próximos e, particularmente, aos Bombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta.”

No distrito de Viseu, em Penalva do Castelo, combatem o fogo 142 operacionais, apoiados por 40 veículos e seis meios aéreos.

Ao todo, estão em curso 18 incêndios sem controlo, que estão a mobilizar 1.635 operacionais, 488 meios terrestres e 28 meios aéreos.

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