Escócia conhece sucessor de Nicola Sturgeon esta segunda-feira: há três candidatos na corrida
Termina esta segunda-feira a corrida eleitoral à sucessão de Nicola Sturgeon à frente do Partido Nacional Escocês (SNP): após a apresentação das candidaturas, seguiu-se um mês de debate e campanha interna, sendo que decorre hoje a votação final.
Cerca de cem mil militantes do Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla original) estavam habilitados a votar nas eleições primárias do partido.
E quem são os candidatos? O ministro de Saúde Humza Yousaf, a ministra de Finanças Kate Forbes e o ex-ministra de Segurança Comunitária Ash Regan apresentaram as respetivas candidaturas para substituir Nicola Sturgeon no comando do Governo escocês.
Forbes, de 32 anos, teve uma ascensão meteórica na política escocesa e em 2018 chegou ao cargo de secretária das Finanças do governo local. A sua pertença à Igreja Livre Escocesa, que defende uma interpretação muito estrita da Bíblia, já a obrigou a tomar posições públicas polémicas, como quando afirmou que não teria votado a favor da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo se fosse deputada na altura.
Já Humza Yousaf, ministro da Saúde de 37 anos, é um dos responsáveis políticos mais experientes e em destaque no SNP e reconheceu que teve “cuidadosa consideração” ao impacto que tornar-se primeiro-ministro teria na sua família. Firme aliado de Nicola Sturgeon, espera contar com a mesma base de apoio da antiga primeira-ministra, sobretudo em Glasgow, que ambos representam em Holyrood.
Yousaf anunciou a sua candidatura à liderança no jornal britânico ‘Sunday Mail’, confessando: “É preciso apresentar-se como a melhor pessoa para o cargo. E eu faço. Este é o melhor emprego do país e precisa de alguém com experiência.” Quando foi eleito, em 2011, como membro do Parlamento escocês, pela região de Glasgow, prestou juramento à rainha Isabel II em inglês e urdu, repetindo o momento quando foi reeleito em 2016, vestindo um kilt e sherwani para refletir a sua herança escocesa e paquistanesa.
Por último, a ‘proeminente rebelde’ do SNP, Ash Regan, de 48 anos, notabilizou-se depois de se ter demitido do Executivo no ano passado, como protesto pela aprovação da legislação polémica sobre a identidade de género. Durante a campanha defendeu que o resultado de futuras eleições escocesas deve funcionar como um “referendo de facto” à independência, uma posição considerada mais radical que a dos restantes candidatos.
Depois de uma derrota no referendo de 2014, o debate sobre a independência escocesa reacendeu-se na sequência do “Brexit”, em que a maioria dos britânicos optou pela saída da União Europeia, mas entre os escoceses a opção maioritária foi a permanência.
Para além da independência, o novo líder do SNP terá de lidar igualmente com a ascensão do Partido Alba, fundado pelo ex-dirigente nacionalista Alex Salmond, que pretende competir pelo eleitorado independentista nas próximas eleições.
Segundo as sondagens, os favoritos são Yousaf, que conta com o apoio das estruturas dirigentes do SNP, e Forbes, que é mais popular junto dos militantes de base.