Erdogan avisa Israel para “preço muito alto” se militantes do Hamas forem atacados em solo turco

Recep Tayyip Erdogan alertou, esta quarta-feira, que Israel “pagaria um preço muito alto” se tentasse eliminar os membros do Hamas na Turquia. O aviso do presidente turco chega dias depois de Shin Bet, chefe da agência de segurança israelita, ter garantido que Telavive está determinada a matar os líderes do grupo terrorista “em todos os locais do mundo”, incluindo “no Líbano, na Turquia, no Qatar…”

Ancara já havia avisado Israel, na passada segunda-feira, que haveria graves consequências se membros do Hamas fossem assassinados em solo turco, uma ameaça sublinhada por Erdogan esta quarta-feira.

“Eles não conhecem os turcos. Eles não nos conhecem… Se cometerem tal erro, deveriam saber que pagarão um preço muito alto por isso”, garantiu.

“Se ousarem tomar tal medida contra a Turquia e os turcos, estarão condenados a pagar o preço, a nunca mais conseguirem levantar-se”, acrescentou. “Aqueles que tentam tal coisa devem lembrar-se de que as consequências podem ser extremamente graves. Não há ninguém no mundo que não conheça o progresso que a Turquia fez tanto no campo da inteligência como na área da segurança.”

O presidente turco rejeitou ainda os planos de Israel em estabelecer uma zona tampão dentro de Gaza para evitar a repetição dos ataques de 7 de outubro no sul de Israel – Erdogan considerou a noção de zona tampão como “desrespeitosa”. “Gaza pertence aos palestinianos. Não reconhecemos nenhum decisor que ignore as suas decisões.”

No seu discurso na cimeira do Conselho de Cooperação do Golfo em Doha, na passada terça-feira, o presidente turco salientou que Israel não deveria ser autorizado a “escapar de forma impune” de alegados crimes de guerra cometidos na Faixa de Gaza.

“Trouxemos os crimes de guerra cometidos em Gaza para a agenda do tribunal e iremos acompanhar isto”, disse. “Netanyahu não poderá evitar o pagamento da pena pelas suas ações. Mais cedo ou mais tarde, ele será julgado e pagará o preço pelos crimes de guerra que cometeu.”

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