Entrevista: “Somos o número um em Portugal para programas internacionais e Corporate Solutions”, José Crespo de Carvalho, ISCTE Executive Education

O Iscte Executive Education é a escola com a maior subida em Portugal no Ranking Financial TImes 2024. Em entrevista à Executive Digest, José Crespo de Carvalho, presidente do ISCTE Executive Education, fala-nos sobre o significado desta distinção, e qual o caminho desenvolvido para a receber.

O ISCTE Executive Education é a escola de formação de executivos com a maior subida em Portugal segundo o Ranking Financial Times 2024. O que significa esta distinção para a vossa instituição?

Esta distinção é um reconhecimento importante do nosso compromisso com a excelência e a inovação na formação de executivos. É um testemunho do trabalho árduo e dedicação de toda a nossa equipa, a mais pequena e melhor equipa de executive education em Portugal, bem como da confiança que os nossos participantes e parceiros empresariais depositam em nós. Esta subida no ranking não só reflete a qualidade dos nossos programas, mas também a nossa capacidade de nos adaptarmos às necessidades do mercado e de proporcionarmos uma formação relevante e impactante.

Este ano o Financial Times não apresenta um ranking do top 50 de formação executivos a nível mundial. Apenas apresenta parcelares em Open Enrolment e em Corporate Solutions (ou Custom). Porém, pelos critérios do ano passado estamos em top 50 do Mundo e em top 40, tomando a pior das posições das duas parcelas, em termos europeus. Motivos mais que amplos para celebrar. Para agradecer. Para continuar a sedimentar e procurar consolidar posições e a ganhar espaço e relevância nacional e internacionalmente.

Quais os principais fatores para este desempenho de excelência?

Há vários fatores que contribuíram para este desempenho de excelência. Primeiro, temos um corpo docente altamente qualificado, com uma vasta experiência académica e empresarial. Em segundo lugar, investimos continuamente na atualização dos nossos programas para garantir que estão alinhados com as últimas tendências e necessidades do mercado. Além disso, temos uma forte orientação para a personalização e relevância prática dos nossos programas, o que se traduz em altos níveis de satisfação e fidelização dos nossos participantes, individuais ou empresas. Por fim, a nossa rede de parcerias internacionais permite-nos oferecer uma perspetiva global e enriquecer a experiência de aprendizagem de todos.

O resto? O resto é trabalho. Muito trabalho. Temos uma equipa pequeníssima se comparados com os nossos concorrentes a quem tudo é pedido e a quem tudo há que agradecer. Fizemos, no ano passado, a duplicação da atividade e libertámos um EBITDA de 30% das vendas. Vendo a situação de partida e a de chegada, em resultados e em rankings, acho que só podemos estar de parabéns. Mas queremos mais. E os nossos concorrentes, fortes concorrentes, vão ajudar-nos a ser ainda melhores. É o mercado a funcionar. E bem. E para os nossos concorrentes ficam também os nossos parabéns pelos seus resultados e por terem contribuído para os nossos resultados mas, igualmente, para os resultados de Portugal.

Que metodologias de ensino contribuíram para garantir esta formação de alta qualidade?

Utilizamos uma abordagem pedagógica diversificada e inovadora, que inclui metodologias como a aprendizagem baseada em projetos, estudos de caso reais e o uso intensivo de tecnologia e ferramentas digitais. Valorizamos muito a interação e a partilha de experiências entre os participantes, promovendo um ambiente de aprendizagem colaborativo. Além disso, oferecemos programas customizados que são desenhados especificamente para responder às necessidades únicas de cada organização, garantindo assim uma formação altamente relevante e eficaz.

A internacionalização é um dos vossos principais pilares estratégicos. Porquê?

A internacionalização é crucial porque vivemos num mundo cada vez mais globalizado, onde as competências interculturais e uma perspetiva global são essenciais para o sucesso empresarial. Atrair participantes de diferentes partes do mundo enriquece a experiência de aprendizagem e promove uma troca de conhecimentos e práticas que beneficiam todos os envolvidos. Além disso, a presença internacional aumenta a nossa reputação e influência, permitindo-nos estabelecer parcerias estratégicas e oferecer programas com uma visão global.

Podemos afirmar com algum orgulho que 40% da nossa faturação do ano passado foi internacional. Podemos acrescentar que somos o número 1 em Portugal para programas internacionais e Corporate Solutions (Custom) e somos igualmente o número 1 em Portugal em diversidade de geografias de participantes internacionais em programas Open e o 5º melhor do mundo. São os resultados fatuais de uma estratégia que continua, para nós, a ser central: internacionalizar.

Quais são os planos futuros da vossa instituição para continuar a crescer e a melhorar a posição nos rankings?

Os nossos planos futuros incluem a expansão e diversificação da nossa oferta formativa, com novos programas que respondam às tendências emergentes e às necessidades do mercado. Continuaremos a investir na qualidade do nosso corpo docente e na inovação pedagógica, garantindo que os nossos métodos de ensino estejam na vanguarda da educação executiva. A internacionalização permanecerá um foco estratégico, com o objetivo de aumentar a nossa rede de parcerias globais e atrair um corpo de participantes ainda mais diversificado. Além disso, estamos comprometidos em fortalecer a nossa ligação com o setor empresarial, através de programas customizados e iniciativas que promovam a transferência de conhecimento e a colaboração entre a academia e a indústria.

Penso que, neste contexto, a diferença de posição entre o que somos hoje e o que eramos quando começámos este trabalho, há 5 anos e meio, é gigante: da ausência de rankings para o Top mundial do Financial Times, a duplicação da atividade e a libertação de um EBITDA de 30%, como já referi, são os sinais de que estamos no caminho certo. E de que se hoje saíssemos deixávamos uma organização e uma operação substancialmente diferentes, para muito melhor.

Ensinar gestão e estar numa escola de executivos em gestão passa também por dar o exemplo em termos de gestão da organização. Fazemos, pois, por praticarmos, na formação de executivos, boa gestão e ensinar como atingir estes resultados nas empresas.

 

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