“Entre um Governo à direita e Luís Montenegro, se alguém tiver de sair é Luís Montenegro”, garante André Ventura

André Ventura, presidente do Chega, garantiu esta terça-feira, durante uma arruada em Évora, que Luís Montenegro sairá da liderança do PSD se for um obstáculo para a formação de um Governo de maioria de direita após as eleições legislativas de 10 de março.

“Mantenho o que disse. Vou repetir estas palavras, que só a mim responsabilizam. Se houver um Governo de maioria parlamentar à direita, tenho 99% de garantia e certeza que vamos ter um Governo à direita”, frisou André Ventura, salientando que “não será ele a tirá-lo, mas aqueles que acreditam que deve haver um Governo à direita”.

“Tenho a certeza que vamos ter um Governo de direita. E mais, se alguém tiver de sair entre um Governo de direita e Luís Montenegro, é Luís Montenegro que sairá. Não vamos estar reféns de Luís Montenegro para termos uma alternativa ao socialismo”, frisou.

“Este é o assunto final, as pessoas têm de decidir. As sondagens mostram que PSD e Chega têm maioria e muito eleitorado pergunta-se se vale a pena votar na direita. Dou esta garantia: haverá uma alternativa à direita, assumo essa garantia e lutarei por ela. Montenegro não é o PSD, o PSD é muito mais. Quanto temos a hipótese histórica de ter um Governo alternativo, só um tonto é que não o fará e deixar o PS governar”, assumiu o presidente do Chega, que indicou que “ainda ontem” falou com vários elementos do PSD.

Chega só viabiliza Governo de direita se houver “um acordo de Governo”

Recorde-se que André Ventura garantiu que o Chega só viabilizará um executivo de direita se houver “um acordo de Governo”, voltando a recusar acordos de incidência parlamentar, até porque considera que o PSD será responsabilizado pela “irresponsabilidade” se recusar entendimentos.

“Tem de haver um acordo de Governo nas áreas fundamentais que defendemos e já são claras: Combate à corrupção, a questão da reforma fiscal, a reforma do sistema político e a questão da administração interna e das forças de segurança”, afirmou o presidente do Chega em entrevista à agência Lusa a propósito das eleições legislativas de 10 de março.

André Ventura quer “um acordo de medidas de governo definidas pelos dois partidos”, PSD e Chega, e afirma que “a questão aqui não é tanto o Ministério A, B ou C, ou a secretaria de Estado, é haver um acordo de governo, orientador do Governo, definindo-se que medidas vão ser tomadas pelo Governo, que medidas são levadas à Assembleia da República, etc”.

“Para agora, o que é importante é deixar claro que não faremos nenhum acordo de incidência parlamentar e a haver algum entendimento, passará sempre por um acordo de governação e não por um acordo parlamentar”, indicou, salientando que “sem esse acordo não há estabilidade”, concluiu.

Eleições: “Não participo no recreio”, responde Montenegro sobre Ventura

Ler Mais