“Entre as principais razões para o crescimento anémico do país está o modelo económico assente no consumo privado”, considera o Presidente da AEP
Luís Miguel Ribeiro, Presidente do Conselho de Administração da AEP – Associação Empresarial de Portugal analisou durante a XXVII Conferência Executive Digest o estado do país e apontou caminhos para tornar a economia portuguesa mais competitiva.
“Entre as principais razões para o crescimento o anémico do país é o modelo económico assente no consumo privado”, começa por considerar Luís Miguel Ribeiro, sublinhando que Portugal tem de ter uma visão do futuro e ambição para estar nos países mais desenvolvidos.
Nesse sentido, aponta alguns caminhos, como por exemplo a recomposição do PIB reforçando o peso do investimento e das exportações, ambas interligadas porque o reforço das exportações passa pelo aumento do investimento nacional e estrangeiro.
“O país deve promover um mercado atrctivo para o investidor”, e deve ser orientado para o sector industrial. “A aposta na industria é fundamental”, considera o Presidente da AEP.
Luís Miguel Ribeiro considera também fundamental outros fatores como o reforço do investimento em Investigação & Desenvolvimento para criar mais riqueza e melhores níveis de remuneração e apoios sociais, ou o encurtamento das cadeias de valor globais, considerando Portugal como um óptimo candidato a estratégias nearshoring na Europa.
Destaca ainda que é fundamental a aposta na qualificação e requalificação, a par do desafio demográfico, bem como a questão da imigração e de emigração. Sublinha ainda que é fundamental o redimensionamento empresarial e ganhos de escala, bem como a revisão da fiscalidade complexa e imprevisível, do excesso de regulamentação, o investimento público aquém do apresentado, execução dos fundos comunitários ou a falta de fontes de financiamento e capitalização.
Neste caminho, a AEP sugere as seguintes medidas: Reduzir a tributação sobre as empresas; eliminar gradualmente as tributações autónomas; diminuir a tributação sobre o trabalho; flexibilizar a legislação laboral; apoiar o esforço das empresas à contratação de jovens; requalificação; facilitar e gerir a entrada de mão de obra emigrante nas empresas; melhorar o financiamento das empresas; adequar os instrumentos de capitalização do Banco Português de Fomento; os concursos para as empresas devem estar abertos em contínuo; incentivo à capitalização de PME; e simplificar todo o enquardramento legislativo e fiscal.
A XXVII Conferência Executive Digest juntou em palco os nomes mais relevantes do tecido empresarial nacional para debater o tema “É Agora Portugal!!! 12 ideias para melhorar o País”.
A Conferência conta com o apoio da Altice, Capgemini, Caixa Geral de Depósitos, Delta Q, Fidelidade, Lusíadas Saúde, Randstad, MC Sonae, Tabaqueira, Unilever, e ainda com a parceria da Capital MC, Neurónio Criativo e Sapo.