Entrada de soldados da Coreia do Norte na Ucrânia pode conduzir a uma nova guerra mundial?

Este “é o primeiro passo para uma guerra mundial”, avisou o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, aos aliados durante uma viagem a Bruxelas na semana passada, referindo-se à presença de tropas norte-coreanas na Rússia, que terão como destino as linhas da frente na Ucrânia.

É exatamente isso que os aliados da Ucrânia na NATO têm esperado evitar, frisa a revista ‘Newsweek’: a aliança militar tem sido cautelosa com qualquer movimento que possa ampliar aquela que já é a maior guerra terrestre na Europa desde a II Guerra Mundial.

No entanto, embora seja considerada uma escalada preocupante do conflito, uma eventual III Guerra Mundial ainda não está iminente. “O possível treino e envio de tropas norte-coreanas para a Ucrânia pela Rússia marca outra etapa crítica no conflito, mas não provocará uma guerra global mais ampla”, defendeu James Rogers, responsável do think tank ‘Council on Geostrategy’, sediado no Reino Unido. “Embora possa agravar ainda mais o conflito, não é sério sugerir que a mera presença dessas tropas transformará o conflito numa guerra mundial.”

Recorde-se que Seul e Kiev denunciaram que aproximadamente 10 mil soldados norte-coreanos foram enviados para a Rússia, incluindo um lote inicial de cerca de 1.500 combatentes. Segundo a agência de espionagem da Coreia do Sul, cerca de 3 mil soldados já chegaram às bases russas, com as restantes 7 mil a serem mobilizados até ao final do ano.

Até agora, nenhum país fora do conflito enviou formalmente tropas para as linhas de frente, uma medida que seria uma mudança significativa na guerra e profundamente preocupante para Kiev e seus apoiantes.

A Coreia do Sul, profundamente preocupada com as tropas norte-coreanas na Rússia, informou que convocou o embaixador de Moscovo e exigiu o regresso imediato dos combatentes de Pyongyang à Península Coreana. Seul salientou ainda que está a considerar enviar armas para a Ucrânia, uma mudança significativa em relação à política de longa data de evitar o envio de ajuda letal para as linhas de frente. “Aderimos ao princípio de não fornecer armas letais diretamente, mas podemos rever isso de forma mais flexível dependendo das atividades militares norte-coreanas”, informou o presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol.

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