Ensaio. Smart Brabus: reinventar o mito

Há muitos anos acordámos com o lançamento de um microcarro que revolucionou o mundo automóvel pois conseguiu conciliar o ADN da Mercedes com a irreverência de um automóvel de dois lugares, seguro e que se tornou um verdadeiro caso de estudo.

Ao longo das várias gerações cresceu em tamanho, em conforto, em qualidade de construção, mas manteve o conceito original de dois lugares. Algures no tempo incorporou também uma versão de quatro lugares sendo a última delas em parceria com o grupo Renault.

Mas esta era da eletrificação tornou-se importante para a Smart pois resolveu ser elétrica e, quando todos esperávamos um 2 lugares, surge com um SUV irreverente, elegante e convincente.

Soube conciliar o design premium da Mercedes com a avançada engenharia da plataforma SEA da GEELY.

E nesta era da mobilidade elétrica onde o difícil é ser diferente, o certo é que, a estética do Smart não deixa ninguém indiferente, ainda para mais neste Brabus com uma pintura bicolor, alguns apontamentos estético-desportivos, umas jantes específicas, as pinças dos travões em cor vermelha e o logotipo Brabus gravado, tanto no interior como no exterior do modelo.

E este novo conceito de Smart torna-o apetecível, sendo que a marca tentou criar toda uma experiência de utilizador personalizável colocando sempre o condutor no centro da equação.

O interior recorda, de certa forma, o primeiro Smart, mas hoje muito mais refinado, com outra qualidade de construção e de acabamentos, com um ecrã central que domina muito do habitáculo, uma consola central que separa o condutor do passageiro, com muito espaço de arrumação, um painel de instrumentos retangular, pequeno, mas suficientemente legível para a informação que pretendemos e que, nesta versão, possui ainda um Head-up display , já para não falar das colunas de som da Beats.

Deixou hoje de ser estranho ter um automóvel com atualizações OTA ou o sistema de reconhecimento de voz que executa a maior parte dos pedidos que fazemos. Talvez por isso ou, nem por isso, vamos confortavelmente instalados nos bancos com bom apoio lateral e, novamente, a experiência é consistente com os pergaminhos da Mercedes.

Por regra silenciosos, estes elétricos já não assustam quanto à autonomia que aqui é superior a 400 quilômetros, no motor com 428 cavalos e que vai do zero aos 100 em 3,9 segundos, no modo de condução Brabus com tração às quatro rodas.

Se, no modo eco, confort, desporto, o conforto e comportamento é muito bom, é no modo Brabus que tudo se passa de forma muito rápida mas sobretudo previsível e entusiasmante, onde a rapidez é proporcional à adrenalina e a um comportamento muito eficaz, principalmente onde mais espera de um automóvel – em curva.

Em resumo, a Smart está de parabéns pois soube novamente antecipar-se ao mercado, reinventar-se e apresentar uma solução diferenciadora que nesta versão de topo-desportiva- custa €48.000.

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