Ensaio. Smart #1 Brabus: o “novo” desportivo (elétrico)
A Smart tornou-se icónica quando, há várias décadas, resolveu inovar num mercado muito tradicional – ainda com a ligação Swatch e a Mercedes e entretanto abandonada – para criar o Smart ForTwo – um citadino de dois lugares – que se tornou um símbolo das nossas cidades e um meio de locomoção irreverente, funcional e urbano, mantendo a premissa da segurança Mercedes com a sua célula Tridion.
Mais tarde, tentou introduzir os modelos de quatro lugares e quatro portas, umas vezes com a Mitsubishi, e posteriormente com a Renault, mas o sucesso comercial nunca foi o melhor.
Em 2019, a Mercedes-Benz vendeu uma participação de 50% na Smart para a Geely e resolveram reconverter a marca de fabricante de carros urbanos para SUV elétricos “premium”. O primeiro produto de lançamento do novo Smart foi o crossover elétrico #1.
E “Hashtag One” pois, a Smart sempre quis ser mais do que uma marca de automóveis mas também um produto comercial, e “hashtags” porque está ligado ao mundo virtual – para nos levar a idealizar o que está na moda nas redes sociais. É o modo da Smart atrair uma geração jovem que adora o online.
O Smart #1 é construído sobre a plataforma modular de veículos elétricos da Geely Sustainable Experience Architecture (SEA) e o “normal” é um SUV elétrico para cinco passageiros que coloca 272 cavalos nas rodas traseiras e atinge de zero a 100km/h em 6,7 segundos.
Mas, para quem quer mais adrenalina, precisa de olhar para o outro Smart: Brabus #1. Este, inspirado pela famosa casa de tuning Brabus, muito muda, pois os valores já são outros, com a inclusão de um motor elétrico montado no eixo frontal, 428cv e uma aceleração perto do 4s, mantendo a mesma bateria (mais peso e menor autonomia).
Em termos de design, o pacote Brabus adiciona detalhes do preparador em vermelho, aberturas de ventilação na grelha frontal, jantes de maiores dimensões, uma pequena asa e, no interior, assentos e volante em alcântara, cintos de segurança vermelhos e mais logotipos da Brabus.
As alterações efetuadas ao nível da suspensão dianteira e travões para acomodar o excesso de potência caíram bem ao Smart, pois é muito bom a curvar, não se inclina muito, o conforto é rigoroso (bem como a solidez do conjunto) e a aderência é elevada. E, quando precisamos de parar, os travões são competentes (o e-pedal também está lá para ajudar).
O Smart possui vários modos de condução (eco, confort, desporto e brabus) sendo possível sintetizar o som do motor para um “desempenho” percecionado de um motor ainda a combustão. A direção parametrizável permite uma boa leitura da estrada.
Curiosamente, o Smart ganha mais 57% de potência nesta versão e somente “perde” 10% de autonomia para um preço superior em 6.000€ (48.000€), o que parece ser um bom investimento.
Tecnologicamente, o #1 vem com imensa tecnologia de segurança, sendo de destacar o controlo de velocidade com manutenção de faixa de rodagem, travagem automática, head-up display, teto panoramico e a assistente digital FOX no display central.
Esta reorientação da marca para os elétricos mantém a marca no caminho que sempre quis trilhar: inovação, irreverência, novos públicos, mantendo sempre a segurança como palavra chave.