Ensaio. Skoda RS: prazer de condução potenciado pela intensidade dos 200 cavalos
Já há algum tempo que tinha interesse em ensaiar este Skoda RS – versão desportiva com 200 cavalos, caixa DSG de 7 velocidades com patilhas no volante e com toda a estética e suspensões mais rebaixadas desta versão.
Não é que este modelo seja recente mas continua a estar atual no mercado automóvel e isso diz bem do modo correto como este produto foi criado.
Este modo da Skoda desenhar os seus modelos faz com que a estética do mesmo seja jovial, na minha opinião, atraente e ao mesmo tempo desportivo, ainda por cima na cor azul do modelo ensaiado que ajuda ainda mais a essa afirmação.
O RS possui, face ao modelo convencional, algumas alterações nos seus pára-choques mais envolventes, saídas de escape traseiras, jantes de liga leve de belo efeito visual, rebaixamento do chassis e vários apontamentos de plásticos negros que o tornam visualmente algo especial. E, é com esta escola de desenhar automóveis, onde, com traços minimalistas se consegue manter uma linha estilística eficaz que perdura com os anos, muito a exemplo do que faz também uma Mercedes, uma BMW ou a Audi. E é isso que torna muitas vezes estes automóveis intemporais.
O interior segue a mesma filosofia e o mesmo enquadramento da escola Octavia onde gostaríamos de ter um pouco mais de plásticos moles mas os que temos são suficientes e os outros estão forrados a alcântara, bem como, o modelo possui os excelentes bancos desportivos com o logotipo da marca e a nomenclatura RS, em alcântara e tecido, numa alusão à desportividade do modelo que vamos ensaiar.
Falar de ergonomia no modelo atual é desnecessário e o Skoda é um exemplo, pois todos os botões, o volante, pedais e assentos se encontram no local correto e da forma correta. Mesmo o software que a marca utiliza no ecrã central apresenta um boa usabilidade. O painel de instrumentos é de fácil legibilidade com várias opções configuráveis. Diria que, atualmente e faço à evolução do setor automóvel começa a fazer mais sentido os automóveis começarem a ter o sistema de projeção de informações no vidro, mais por uma questão de segurança mas isto é transversal a todos os automóveis e não a este em particular.
Em resumo, interiormente temos imenso espaço interior, boa qualidade construção, de materiais e de montagem e, em termos de ergonomia e habitualidade nada a apontar.
Mas ter um Skoda com 200 cavalos com várias opções de modos de condução desde o Eco, Normal Sport e individual onde podemos personalizar quase tudo, até mesmo o som que é emanado através de software para o interior do automóvel que, de muito bem elaborado faz parecer estarmos ao volante de um V6 ou V8. Caso não o configuremos a insonorização do modelo encontra-se muito bem conseguida e ninguém desconfia que estamos ao volante de um diesel!!!
Mas ter um automóvel com estas características é também importante para percebermos como funciona em estrada. E foi isso que fizemos!
O arranque, como qualquer modelo a diesel, é sempre mais intenso – optei por nunca utilizar as patilhas do volante pois a caixa DSG e o seu software estão muito bem parametrizados – e, ao longo dos vários quilómetros que efetuei tanto em cidade, estrada e autoestrada deu para compreender as qualidades deste modelo e são factuais!
Em cidade, a facilidade de condução é muito boa, com uma caixa automática bem parametrizada, uma direção comunicativa e precisa e, com um conforto de bom nível, mesmo sendo esta uma versão desportiva. Em autoestrada não se vislumbram grandes ruídos aerodinâmicos e o RS é estável a qualquer velocidade, algumas próprias para perder pontos na carta de condução.
Mas este é um automóvel que importa conduzir mais em estrada. Porquê? Porque é aqui que compreendemos a validade do chassis, o comportamento, o conforto em vários tipos de piso e, foi isso mesmo, que pude comprovar; o Skoda RS possui uma suspensão mais fechada do que o normal mas confortável e eficaz; robusta, diria. Pessoalmente aprecio, ainda por cima, não transmitem vibrações para o interior. Depois o chassis e a direção comunicam de forma eficaz, competente e basta apontar o RS para o interior da curva para que o mesmo entre e saia da mesma com total competência.
Por fim a parte mais agradável numa altura em que tanto se fala de combustíveis que passa pelo pequeníssimo apetite desta unidade onde, abusando ou não da mesma, conseguimos médias entre 5.5 e uns 6.0 l aos 100km o o que dá uma autonomia com este depósito de cerca de 760 quilómetros.
Em resumo, a Skoda mantém inalterado todo o seu ADN com uma viatura muito competente, vindo de uma marca que sempre se pautou pela qualidade dos seus produtos, pela competência dos mesmos mas também por procurar dentro do grupo onde se insere as melhores soluções para depois apresentar aos seus clientes.
Preço: 47.000€