Ensaio. Peugeot 408 Hybrid: misturar conceitos para surpreender o mercado

A Peugeot levou-nos ao Douro Vinhateiro para nos apresentar o 408 Hybrid num momento em que a marca se mantém como líder em 2021, 2002 e 2023 (YTD).

Alcançar a liderança só por si não era o objetivo e, durante mais de uma década a marca quis – e conseguiu – aumentar, ano após ano, a sua quota de mercado através de um crescimento sustentado. Para tal contou com a capacidade de surpreender os clientes com novos modelos.

E é essa a receita com este novo 408. A Peugeot é líder no segmento C, a grande mutação para o segmento elétrico vai ser a tónica e, desse modo, a marca quer ser líder na Europa com viaturas 100% elétricas.

O Projeto e-Lion da Peugeot assenta em vários objetivos – aposta no ecossistema, na experiência, eletrificação, eficiência e ambiente sendo que em 2038 querem ser neutros em toda a fase do ciclo produtivo. Para 2024 a marca planeia lançar o elétrico 408 e em 2025 todos os modelos da gama têm de ter um elétrico.

E foi sobre este desígnio da marca que a mesma nos apresentou o 408 Hybrid, inesperado sobre todos os ângulos, dado que o seu conceito estilístico…. deriva de uma mistura de vários, indo procurar a cada um o fator diferenciador… de um SUV, um coupé, uma carrinha e um sedan.

E a beleza do 408 está aí. Num desenho bem conseguido permite-lhe ter uma altura superior (de um SUV) onde também as jantes de grandes dimensões dão o seu contributo, a facilidade de um portão traseiro típico de uma carrinha para uma maior versatilidade, o desenho de um coupé – mas garantindo um acesso muito bom aos lugares traseiros e um sedan pelo seu desenho.

As intenções da marca para este modelo são claras, sabendo que 46% do mercado é SUV e que este modelo híbrido se foca segundo os dados de pré-venda em:
• Clientes particulares (30%) e cliente empresarial
• 65% preferem híbrido plug in.

Com os valores da marca – ‘allure’, emoção, excelência no design e com uma postura felina -, o sofisticado i-cockipt 3D de nova geração, o 408 hybrid foi concebido para a transição energética com uma qualidade topo de gama, mesmo do segmento superior, com uma assinatura luminosa identitária (full led e luzes diurnas denominadas “presas de leão”), com uma grelha na cor da carroçaria que incorpora o novo emblema da marca e os guarda-lamas elevados.

O efeito dinâmico deste fastback torna a silhueta inovadora e inédita no segmento onde até as novas jantes 20 monolight (de desenho interior quadrado) foram concebidas para um aumento da eficiência aerodinâmica.

Um detalhe para o portão traseiro que dispensa a escova limpa-vidros e para as orelhas de gato (topo da bagageira – para uma maior eficiência aerodinâmica) , bem como para o recorte invertido do pára-choques traseiro.

Para a apresentação do 408 Hybrid a marca disponibilizou duas versões; uma com o motor 1.6 com 180 cavalos e outra com motor de 225 CV. E, para testar o novo modelo a marca presenteou-nos com mais de 700 km para compreendermos as mais-valias do 408 Hybrid num trajeto que nos levou de Lisboa até ao Douro Vinhateiro.

Interiormente, destaca-se a qualidade de construção e dos materiais, o i-cockipt 3D, o volante de pequenas dimensões, ergonómicos bancos que nos acolhem e sustêm e toda uma panóplia de tecnologia (software) bastante bem elaborada. Foi com estes argumentos que nos fizemos à estrada onde deu para compreender que a marca “colocou muitas fichas” no 408, seja na insonorização, nos materiais, na qualidade de construção – onde alguns clientes do segmento superior poderão até optar por este modelo – pelo espaço interior, versatilidade, qualidade de construção e materiais, desenho do conjunto.

A caixa de oito velocidades com patilhas no volante e os 180 cavalos são mais do que suficientes. Mas, acima de tudo o que se nota neste modelo é a competência do chassis, o conforto germânico (rijo q.b.), a direção precisa e com uma leitura de grande nível da estrada e um comportamento, seja em estrada e autoestrada, que alia rigor a eficiência.

Nos ensaios de viaturas muitas vezes destacamos a suspensão, o comportamento, a direção, mas neste modelo apraz registar que a marca quis mesmo lançar um produto de alto nível onde todos estes fatores foram tidos em conta na produção do modelo final. Daí as grandes expectativas que a marca tem no lançamento deste modelo híbrido que consegue consumos, após esgotar a bateria com autonomia superior a 60 quilómetros, de 7,8 a 8 l aos 100.

Conhecemos a Peugeot e o muito que ela tem feito no mundo do automóvel e na sua presença no desporto e acredito que este modelo incorporou muito desse know-how para mostrar a validade deste conceito e, se dúvidas houvesse, no trajeto de retorno do Pinhão para Lisboa onde tivemos oportunidade de conduzir a versão de 225 CV verificámos que, no dia a dia e, para o utilizador comum, a diferença de CV não é relevante, donde, muito provavelmente, a versão 1.2 de 130 cavalos não será a mais vendida nem a de 225, mas sim a intermédia híbrida de 180 cavalos que conjuga eficiência qualidade e disponibilidade do motor principalmente quando selecionamos o modo desportivo (além do hibrido e elétrico)

Em termos de preço o 1.2 com 130 CV começa nos 35.800€, e os Hybrid entre os 45.000 e os 50.700€.

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