Ensaio: Mazda2 1.5 SKYACTIV-G 90 cv Evolve Navi
Nota: Não se esqueça de colocar o vídeo em 1080p HD! Depois do CX5, do 6 e do 3, o 2 é o quarto Mazda a ser desenvolvido sob o mote da redução de peso e elevada eficiência dos seus motores Skyactiv. No caso, o bloco 1.5 a gasolina, sendo que o Diesel, com a mesma capacidade, chega lá mais para a frente. Mas já lá vamos. Tal como os seus irmãos, o Mazda2 foi desenhado seguindo a filosofia Kodo – Alma em movimento. Num primeiro olhar pela secção dianteira, a semelhança com outros modelos da marca é evidente, principalmente pela grelha e faróis. Atrás, as parecenças apontam mais para a anterior geração do Mazda2, numa espécie de renovação do conceito. Face ao seu antecessor, está maior, principalmente na distância entre-eixos, mas o seu desenho fá-lo parecer sempre muito compacto, principalmente quando colocado perante alguns dos seus concorrentes, como o Renault Clio. Compacto é também no peso, com uma tara de apenas 1050 kg, conseguidos graças à melhor gestão da utilização dos aços de alta resistência. A solidez é outras das bandeiras na Mazda em relação ao desenvolvimento do seu utilitário e facilmente se percebe que não se trata apenas de marketing. O Mazda2 apresenta níveis de solidez ímpares no segmento, não transmitindo qualquer espécie de ruídos ou vibrações. O utilitário nipónico passa pelo piso degradado como se nada fosse e só não é mais impressionante porque a suspensão apresenta um acerto excessivamente firme, muito escamoteado pelos pneus 185/65 R15, que funcionam como almofada. Por outro lado, assim que atacamos um traçado um pouco mais sinuoso, esquecemos o facto do pequeno japonês não ser especialmente confortável, dado a forma ágil e divertida como todo o chassis se comporta. A frente segue a linha que desejamos, a traseira colabora sempre que somos demasiado optimistas na inscrição, o que faz com que as velocidades de passagem em curva sejam notáveis para um utilitário. Bem, isto desde que o piso esteja seco, já que os pneus de baixo atrito, Michelin Energy Saver, são medíocres com piso molhado. Tudo isto é coadjuvado por uma direcção muito precisa e por uma caixa de velocidades deliciosa de utilizar, a fazer lembrar o icónico MX-5. Tal como o chassis, motor 1.5, aqui disponível na versão intermédia de 90 cv, com uma elevada taxa de compressão e colectores do tipo 4-2-1, parece talhado para uma condução mais aguerrida, já que o seu desempenho nos baixos regimes é modesto. Sempre que rodamos abaixo das 3000 rotações por minuto e queremos uma resposta mais lesta por parte do acelerador, somos obrigados a recorrer à caixa de velocidades, o que acaba por prejudicar a condução em cidade, habitat natural de um utilitário. Acima do regime referido, o motor mostra, de facto, uma vitalidade notável, nunca deixando o condutor em maus lençóis naquelas ultrapassagens mais justas. Igualmente notável é a forma suave e silenciosa como se tudo se processa, sem qualquer paralelo no segmento. O motor 1.5 está quase isento de ruídos e vibrações, o que nos leva até a reparar que o isolamento dos ruídos aerodinâmicos deixa algo a desejar. Até o sistema stop/start funciona de forma rápida e extremamente suave. Ao olhar para a ficha técnica, destaca-se a aceleração 0-100 km/h, que a Mazda afirma ser cumprida em apenas 9,4 segundos, o que prova que o baixo peso pode fazer milagres. Se o Mazda 3 1.5 não se destaca pelos consumos brilhantes do motor 1.5 Skyactiv-G, o mesmo não se pode dizer deste Mazda 2, que é sempre bastante comedido, mesmo quando o cuidado com a ecologia é reduzido. Não é preciso ser-se obcecado pela economia para conseguir valores na casa dos 5 litros aos 100 km, sendo que o dia-a-dia nos traz algo em torno dos seis litros aos 100 km. Falta falar do habitáculo do Mazda2. Seguindo a linha dos seus irmãos, apresenta um desenho marcadamente desportivo, com o foco a estar no condutor, que goza de uma excelente postura ao volante. Menos interessante é a qualidade a bordo, com o habitáculo a ser marcado pela presença de plásticos duros, pouco agradáveis ao tacto. Melhor é, sem dúvida, o sistema multimédia, comandado pelo joystick colocado entre os bancos dianteiros, ou pelo ecrã táctil, ainda que esta forma não seja possível de operar em andamento. O ecrã apresenta uma excelente resolução e uma interface simples de entender.Atrás, o espaço não é brilhante, principalmente em altura, e o acesso é prejudicado pelo reduzido ângulo de abertura das portas. A Mazda pede 17.025 euros por esta versão 1.5 SKYACTIV-G 90 cv Evolve Navi, que se destaca por uma lista de equipamento de série algo incoerente. Há cruise-control e sistema de navegaçao, mas não há ar condicionado automático nem sensores de luz, chuva, ou estacionamento. “Japonesices”, portanto. Ainda assim, este Mazda 2 veio, na minha opinião, colocar-se como um dos melhores automóveis do segmento, ou talvez mesmo o melhor. [easingslider id=”12058″]]]>