Ensaio Mazda MX-5 1.5 Skyactiv-G (132 cv) Kazari: Passeio das Vindimas permite (re)descobrir autenticidade e prazer de condução

O Passeio das Vindimas 2024 serviu de mote para o ensaio do Mazda MX-5 1.5 Skyactiv-G (132 cv) Kazari – Aero Grey mas, antes disso, duas notas: históricas.

Nota I

O roadster mais vendido no mundo, ao longo das várias gerações tem-se mantido inalterado nas dimensões e na forma. Ele, que desde a estreia mundial a 9 de fevereiro de 1989 conta com um recorde de produção: mais de 1,2 milhões de unidades produzidas ao longo de quatro gerações – foi construído segundo o conceito clássico de um modelo desportivo de tração traseira, mas com uma disposição original do motor central dianteiro, por forma a uma distribuição longitudinal e ideal do peso do conjunto.

NOTA II

O Clube MX-5 nasceu no ano de 2000, sob a égide da Mazda Portugal para promover, através de várias iniciativas, a divulgação do ‘roadster’ mais vendido do mundo, através de passeios e viagens, de norte a sul de Portugal (já houve em África) e, mesmo, cursos de condução defensiva, para o milhar de membros ativos em solo português, aproveitando para divulgar e promover, a história, a gastronomia e a cultura Portuguesa, além do convívio entre membros.

Do MX-5 já se disse tudo, mas, ano a ano, a Mazda sabe introduzir pequenos elementos diferenciadores que o atualizam e o tornam ainda mais apelativo. Podem ser os faróis, elementos de segurança, ergonomia.

Neste ensaio tivemos a versão Kazari que simboliza a elegância japonesa, evocando o estilo clássico dos roadsters ligeiros do passado, conjugando design e equipamento (bancos em pele, capota de tecido beje p.ex).

O MX-5 mantém a simplicidade que o distingue e o prazer de condução. Compacto, envolvente e sedutor assim era (e é) o roadster japonês cujo mote, quando foi criado, foi o prazer de conduzir a céu aberto, com uma caixa manual – curta e direta – uma condução envolvente, e muito próxima do asfalto, com a filosofia tradicional japonesa Jinba-Ittai, que “considera o cavalo e o cavaleiro como um todo” que, quando quando aplicada no Mazda MX-5 – “o condutor e o roadster formam uma ligação estreita, proporcionando equilíbrio, agilidade e leveza”.

Porventura, o sucesso deste modelo advém da autenticidade – um fator que todas as gerações adoram, ainda mais desde a pandemia. Seria mais fácil para a marca criar um modelo de raiz – maior e mais largo – mas isso, desvirtuava o ADN do modelo e a legião de fãs em todo o mundo e, por isso, a marca, geração a geração, renova-o, atualiza-o (não somente na qualidade de construção, dos materiais, nos elementos de segurança, na ergonomia, entre outros), mantendo assim a originalidade do modelo que parece não envelhecer.

O modelo de ensaio era a verão 1.5 com o topo de equipamento – bancos em pele, colunas bose (umas embutidas no encosto de cabeça para poder falar ao telemóvel, quando a céu aberto), câmara traseira, sensores traseiros, ADAS, entre outros). Certo é que,  no Passeio das Vindimas 2024 foi motivo de observação e questões pelos membros – pela cor do mesmo, da capota, das atualizações e dos faróis traseiros. O MX-5 é um clássico intemporal com toda a moderna tecnologia presente.

E, no Passeio das Vindimas 2024 que, para mim, começou em Lisboa, o MX-5 circulou em  AE com uma precisão de condução que lhe é reconhecida e com uma acústica da capota muito boa. Já em Évora – o local escolhido para a concentração e confraternização de todos os participantes – teve início a primeira etapa do passeio, para as mais de 20 viaturas que vieram de Norte a Sul do País, de gerações diferentes – quase todas com pouquíssimos kms – para mais um passeio que percorreu a fantástica N2 desde Évora até Ferreira do Alentejo, passando por uma visita cultural Cromeleque dos Almendres (*)

Neste percurso, entre curvas e retas, piso mais ou menos perfeito, sobressaem as  qualidades do MX-5: condução envolvente, prazer de condução, envolvência, “simbiose entre condutor e automóvel” e, a caixa de 6 velocidades, precisa e curta, que a marca teima  – e bem – em manter, de acionamento manual. Os ícones da indústria automóvel criam-se desta forma: respeitando o passado e evoluindo e atualizando, até onde for possível, mantendo todas as características que o definiram.

A capota mantém a sua original simplicidade de utilização – manual e de utilização simples e prática.

O 35º aniversário do intemporal MX-5 evidencia também a qualidade de condução ágil, com elementos como o DSC – TRACK (novo controlo dinâmico da estabilidade) ou, o diferencial autoblocante assimétrico (para maior estabilidade em curva), num modelo onde os 132cv do motor 1.5 combinam de modo eficaz com a afinação das suspensões e um ritmo mais desportivo.

O Passeio das Vindimas que, como o nome indica, nos permitiu percorrer parte da N2 e ver vários locais de produção de uva, levou-nos no dia seguinte a uma visita a uma adega e pela obrigatória apanha do fruto. Neste convívio que tem muito de cultural mas também de interação com os outros participantes, verifico que vários dos seus utilizadores não usam o MX-5 no seu dia a dia, mas sim no fim de semana, nos passeios e que, já tem passado entre gerações, sendo um “companheiro” de vida.

Preço final da versão ensaiada: 42 700€ (a partir de 35 000€)

(*) O Cromeleque dos Almendres (“o Stonehenge Português”), localiza-se em Nossa Senhora de Guadalupe no Distrito de Évora, sendo constituído por um círculo de pedras pré-histórico (cromeleque) com 95 monólitos de pedra. Considerado o mais importante monumento megalítico do seu tipo na Península Ibérica e um dos mais relevantes da Europa, não apenas pelas suas dimensões, como também pelo seu estado de conservação. Considerado Imóvel de Interesse Público e Monumento Nacional (adaptado da wikipedia).

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