Ensaio. Lotus Eletre: o hyper-SUV elétrico com ADN de competição
A Lotus é um fabricante de automóveis desportivos conhecido pelos seus veículos leves e de alto desempenho. Este modelo de ensaio não é seguramente o tradicional modelo que conhecemos com dois lugares, uma mala espartana e pelo som do seu motor.
Tem tudo o que um Lotus não deveria ter mas é a evolução dos tempos dado que a marca não se podia focar num nicho de mercado.
E o que encontraria hoje Colin Chapman?
Um SUV de cinco lugares, elétrico (nesta versão superequipada com mais de 40 mil euros em extras, onde as quatro rodas são direcionais e só possuem 4 bancos totalmente reguláveis) com uma bateria de 112 kWh, uma autonomia máxima até 600 km WLTP (dependendo das especificações e do pé direito), carregamento super-rápido de 800 volts e alguns apontamentos da tecnologia Lotus aplicados para o tornar interessante de conduzir.
Possui três versões: Eletre, Eletre S e Eletre R. O R recebe um motor traseiro mais sofisticado, mas mais pesado, com uma caixa de duas velocidades e aí temos 900 cv. Neste que conduzimos, a entrega de potência é suave sem ser impetuosa, sendo a forma como a Lotus disfarça as 2,5 toneladas para oferecer um bom comportamento é reveladora dos cuidados que tiveram no seu desenvolvimento na Alemanha, muito embora seja assemblado em Wuhan, na China.
O interior muito confortável, ergonómico e muito tecnológico conta com três monitores (condutor, central e passageiro), câmaras ao invés de espelhos retrovisores, quatro bancos aquecidos, elétricos…, atualizações OTA, LiDar (por cima das cavas das rodas), muita conectividade sofisticada e, um adorável sistema de som KEF Audio.
Conduzir o Eletre é fácil, mesmo em estrada secundária e estreita. Confortável, com uma direção precisa, um comportamento rigoroso e preciso, onde a suspensão a ar, configurada no modo ‘Tour’ muito ajuda (em sport é mais reativa mas mesmo assim confortável).
Trata-se de um SUV de alto desempenho onde falta o som do motor, as vibrações. Mas realmente é muito convincente. O modo como se vai do ponto A para o B … é rápido, mas não brusco, o que tem vantagens nas transmissões.
A Lotus não podia ficar enclausurada no seu nicho de mercado e necessitava criar algo mais massificado. Este desvio para a eletrificação no universo Geely (por onde anda a Volvo, Polestar, Zeekr, Lynk&Co, por exemplo) era necessário. Carrega a herança da marca e isso nota-se. É globalmente eficaz em todos os domínios.
Os preços começam nos 103 000€ e tem disponibilidade para entrega imediata. O topo de gama pode chegar aos 140 000€